SP lidera aviação comercial no Brasil e responde por 64% dos voos internacionais do País
Executivo da Abear falou da força do Estado na aviação e também sobre os desafios do segmento

Durante o Expo Fórum Visite São Paulo, realizado nesta sexta-feira (30), Renato Mendes Romero, representante da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), apresentou um panorama do setor aéreo no Brasil e destacou o protagonismo de São Paulo. Segundo ele, o Estado concentra 34% da aviação comercial nacional e é responsável por 64% dos passageiros transportados em voos internacionais, número que representa 16,2 milhões de embarques e desembarques em 2024 — 10% a mais que no ano anterior.
Romero ressaltou ainda que o setor aéreo brasileiro teve uma movimentação de 24 milhões de passageiros, o que representou um crescimento de quase 19% na demanda em relação a 2023. A projeção para 2025 é otimista: "A nossa expectativa é que novamente ativemos a máxima histórica no ano que vem", afirmou.
A relevância de São Paulo vai além da movimentação de passageiros. O Estado lidera também na geração de empregos no setor aéreo, com 409 mil postos de trabalho ligados direta ou indiretamente à aviação e ao Turismo. "São Paulo é o maior hub para o Turismo e para a conectividade do Brasil", declarou Romero.
Mesmo com os avanços, ele ponderou que o País ainda apresenta um desempenho aquém do ideal no transporte aéreo. Segundo dados apresentados, o Brasil registra apenas 0,5 voo por habitante ao ano, índice inferior ao de países vizinhos como o Chile, que alcança 0,73. Para Romero, isso demonstra que “o setor ainda tem grande potencial de crescimento e fortalecimento”.
Entre os desafios, o executivo destacou o alto custo operacional, especialmente com combustíveis e leasing de aeronaves, que juntos representam cerca de 60% dos custos das companhias aéreas — ambos diretamente impactados pela cotação do dólar. “É um desafio natural do nosso setor. Quase 40% dos custos vêm dos combustíveis”, disse.
Romero também fez um alerta sobre a sensibilidade do setor às oscilações econômicas. "Precisamos fazer este país voltar a crescer. Quando devolvemos o poder de compra à população, devolvemos força ao Turismo, às companhias aéreas, à rede hoteleira e ao setor de serviços como um todo”, afirmou.