Beatriz Contelli   |   11/08/2025 16:39

Preço do aéreo é impasse para crescimento do Turismo na América Latina, diz pesquisa

Pesquisa revela que Chile e Brasil registram aumento das tarifas médias em rotas domésticas


Divulgação/BH Airport
Os latino-americanos realizam, em média, apenas 0,65 voos por ano
Os latino-americanos realizam, em média, apenas 0,65 voos por ano

A acessibilidade das passagens aéreas continua sendo um desafio estrutural para o desenvolvimento do Turismo na América Latina, como refletido pela Mabrian. Os dados revelam um cenário misto, com aumentos moderados, reajustes estratégicos e quedas acentuadas, influenciados por fatores geopolíticos e dinâmicas de mercado que podem redefinir a competitividade do Turismo até o final de 2025.

A Mabrian analisou as previsões de tarifas aéreas médias para viagens nos próximos seis meses em todas as rotas regionais, nos EUA e na Europa, conectando sete destinos importantes na América Latina:

  • Argentina,
  • Chile
  • Uruguai
  • Brasil
  • Colômbia
  • Peru
  • México

A análise compara os preços previstos, publicados por OTAs, para voos diretos só de ida com o mesmo período em 2024. De acordo com dados da Iata, os cidadãos latino-americanos realizam, em média, apenas 0,65 voos por ano, muito abaixo dos 2,5 voos na América do Norte ou dos 4,5 na Espanha.

“A conectividade aérea proporciona oportunidades de crescimento econômico, fomenta a mobilidade regional e fortalece a atratividade da América Latina como destino turísticoPara impulsionar a demanda por viagens aéreas na América Latina, é crucial expandir as redes de conectividade, permitindo mais participantes e alternativas, e tornando as viagens aéreas mais acessíveis"

Sócio e diretor de Marketing e Comunicação da Mabrian, Carlos Cendra
Mabrian
Evolução das tarifas aéreas nos países citados revela queda apenas do Brasil nas rotas entre América Latina e Europa
Evolução das tarifas aéreas nos países citados revela queda apenas do Brasil nas rotas entre América Latina e Europa

De acordo com a análise da Mabrian, o comportamento esperado das tarifas médias em rotas domésticas é diverso. Enquanto Argentina e México registram quedas anuais de -10%, e Colômbia de -6,6%, países como Chile e Brasil registram aumentos superiores a +10%, com aumentos de +11,3% e +12,2%, respectivamente. No caso do Peru, os preços domésticos permanecem relativamente estáveis, com uma variação de apenas +1,7%.

O preço médio dos voos domésticos em países com redes nacionais mais extensas gira em torno de US$ 100: é o caso do Uruguai (US$ 98), Argentina (US$ 105), México (US$ 128) e Brasil (US$ 135), e continua menor na Colômbia (US$ 83), Chile (US$ 69) e Peru (US$ 70), o que, nas palavras da Cendra, "beneficia esses destinos, que estão conseguindo capturar uma fatia maior da demanda regional", diz.

Em relação às rotas internacionais dentro da América Latina, as tarifas também apresentam variações, variando de uma média de US$ 245 na Colômbia, US$ 309 no Peru, US$ 419 no Brasil e US$ 474 no México. Na comparação anual, os aumentos médios nas tarifas se destacam na Colômbia (+8,6%) e no Uruguai (+7,8%), enquanto na Argentina (+1,6%), no Peru (+2,3%) e no Chile (+3,6%).

Por outro lado, projeta-se que os preços médios dos voos para outros países latino-americanos cairão no México (-7,1%) e no Brasil (-8,4%), os únicos mercados onde as tarifas médias para conexões inter-regionais excedem US$ 400.

EUA x Europa

“Nossa inteligência de dados revela uma tendência clara: as tarifas médias nas rotas que conectam a América Latina aos Estados Unidos estão caindo consistentemente, em alguns casos até 50% em relação ao ano anterior”, afirma Cendra.

Todas as rotas analisadas apresentam quedas anuais nas tarifas médias, algumas bastante acentuadas, como Chile (-50,3%), Brasil (-25,3%) e Argentina (-24,9%). Quedas mais moderadas também são observadas na Colômbia (-14,4%), México (-9,2%) e Peru (-8%).

Por outro lado, as tarifas nas rotas que conectam a América Latina à Europa estão aumentando em quase todos os mercados. Os aumentos anuais mais moderados foram observados no Peru (+2,4%), Chile (+2,5%), Argentina (+4,4%) e Uruguai (+4,5%), enquanto os aumentos mais significativos foram observados na Colômbia (+13%) e no México (+16,5%). O Brasil é o único país a contrariar essa tendência, com uma queda de -6,5% nas tarifas médias para a Europa.

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