Juliana Monaco   |   04/08/2020 18:54

Pós-pandemia exige criatividade do Turismo doméstico

Com início nesta terça-feira, o Festuris Connection abordou a hospitalidade do Turismo no pós-pandemia.

Com início nesta terça-feira (4), o Festuris Connection reuniu especialistas e lideranças do setor para debater a hospitalidade, o Turismo doméstico e o novo bem receber no pós-pandemia. O painel foi mediado pelo diretor superintendente da Rede de Hotéis Dall’Onder, Tarcísio Michelon, e contou com a participação do fundador do Grupo CVC e GJP, Guilherme Paulus; do diretor do Grupo Casa Hotéis, Luciano Peccin, e do economista Márcio Favilla.
O Festuris Connection acontece até a próxima quinta-feira (6) com transmissões ao vivo
O Festuris Connection acontece até a próxima quinta-feira (6) com transmissões ao vivo
Mais do que uma boa acolhida, a hospitalidade requer aperfeiçoamento e criatividade neste momento de pós-pandemia, segundo Peccin. “As pessoas estão com um grande desejo de sair de casa, mas elas querem algo a mais do que tinham antes da pandemia. Os cuidados de saúde passaram a ser obrigação da hotelaria e não mais um extra. Cabe a nós sermos criativos e nos empenharmos para oferecer esse diferencial. Precisamos treinar as nossas equipes, mostrar cada vez mais que sabemos receber e adotar a hospitalidade em todos os sentidos”, explicou.

A IMPORTÂNCIA DE SE REINVENTAR

Para mostrar o grande potencial do Turismo doméstico no pós-pandemia, Márcio Favilla apresentou alguns dados sobre o impacto da covid-19 para o Turismo internacional. Somente em maio, o número de viagens internacionais caiu 98% em relação a maio do ano passado. De janeiro a maio, a redução foi de 56%, comparado ao mesmo período de 2019, representando uma perda de US$ 320 bilhões à economia mundial e colocando em risco mais de 330 milhões de empregos.

“Há um grande número de brasileiros que costumam viajar todos os anos. Nos últimos três anos, essas pessoas gastaram uma média de US$ 1,5 bilhão por mês no Exterior. Como a retomada do Turismo internacional está mais longe de acontecer, podemos somar parte desse valor, cerca de US$ 500 milhões, para o Turismo doméstico, já que esses mesmos turistas vão viajar dentro do País nos próximos meses”, disse o economista.

Além da vantagem econômica, o Turismo doméstico ganhará tempo para se preparar para a retomada. “Até a chegada da vacina, haverá um grande período para que o Turismo interno se prepare para receber bem os brasileiros que decidiram viajar dentro do País. Essa é uma grande oportunidade para que o Turismo doméstico se revele de uma maneira que surpreenda muitos brasileiros que não tinham mais o costume de viajar dentro do Brasil”, completou Favilla.

Assim como os outros participantes, Guilherme Paulus acredita que os destinos brasileiros precisam se reinventar para atender às expectativas do novo perfil de turista que está surgindo com a pandemia. “Aos poucos, os brasileiros estão voltando a viajar, principalmente para destinos de curta distância. Nesse contexto, o nosso papel é dar garantia ao turista, com todos os protocolos que existem hoje, e estarmos aptos a recebê-los bem e com segurança”, ressaltou.

O fundador da GJP também destacou que o agente de viagens continua tendo um papel fundamental no pós-pandemia. “O agente tem que continuar atuando para ajudar esses turistas com a organização de suas viagens, porque esse é o papel dele, e não apenas comprar um bilhete aéreo ou reservar um hotel. Essa tarefa tem um valor ainda mais importante neste momento”, finalizou.

O Festuris Connection tem o objetivo de debater as boas práticas para a reinvenção dos destinos e a retomada do Turismo brasileiro por meio de conexões entre Brasil, Portugal, Uruguai e Estados Unidos. O evento online acontece até a próxima quinta-feira (6) com transmissões diretamente do Castelo Saint Andres, em Gramado (RS).

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