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Artur Luiz Andrade   |   05/06/2020 11:17   |   Atualizada em 05/06/2020 11:22

Queensberry continua na Braztoa; presidente da entidade comenta

Presidente da Braztoa comenta pedido de recuperação judicial da Queensberry

Jhonatan Soares
Martin Jensen, presidente da Queensberry
Martin Jensen, presidente da Queensberry
O pedido de recuperação judicial da Queensberry
pegou o mercado de surpresa nessa quinta-feira, 4, e pela reação nas redes sociais da PANROTAS há uma torcida muito grande para que a operadora de Martin Jensen saia dessa situação. Há muitas manifestações de solidariedade e elogios ao trabalho da empresa nessas décadas.

O presidente da Braztoa, Roberto Nedelciu, que dirige a Raidho, operadora que concorre diretamente com a Queensberry, falou com Jensen ontem sobre a movimentação. “Ele explicou que foi a forma encontrada para preservar a empresa, se reorganizar e voltar a operar. E disse que será a primeira operadora a sair da recuperação judicial”, conta Nedelciu.

Marluce Balbino
Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa
Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa
Anteriormente, apenas a Nascimento Turismo, e companhias aéreas como Varig e Avianca Brasil, entraram com o pedido no Turismo. Nos Estados Unidos, onde a ajuda similar é o Chapter 11, todas as grandes aéreas americanas entraram e saíram do programa. Ainda no Brasil, um caso de saída da RJ foi o da Passaredo, agora chamada de VoePass.

Jensen disse a Nedelciu que continuará na Braztoa, pois acha importante a ajuda da associação nesse momento.
“Geralmente as empresas nessa situação deixam a entidade, mas a Queensberry decidiu continuar. E isso é importante sim. Estamos na luta, por exemplo, para que o imposto sobre remessas ao Exterior tenha uma nova MP, prometida pelos ministérios do Turismo e Economia, com índice flat de 6%. Também estamos diariamente em contato com as autoridades para que o empréstimo do Fungetur chegue na ponta. São lutas diárias da Braztoa pelo setor”, conta Nedelciu.

De acordo com ele, não há sinais de operadoras com grandes problemas, mas a questão do fluxo de caixa atinge todo o mercado. Quem vende mais internacional e grupos de exóticos, por exemplo, já teve reduções em março e os adiamentos ou novas vendas são apenas para 2021. “Li um dado que a média de cash flow das empresas no Brasil é de cerca de 30 dias. Estamos há 90. 93% dos nossos associados ainda não conseguiram crédito, por isso estamos trabalhando”, explicou.

Roberto Nedelciu também conta que várias operadoras estão com produtos nacionais na prateleira, apostando na retomada pelo doméstico. “Eu mesmo já tenho roteiros nacionais na Raidho”.

Sobre o debate recorrente nesses momentos, de um seguro para operações, ele diz que há quatro anos as seguradoras desistiram do produto por não haver demanda. Ele diz entender a insegurança do mercado, afirma que a Braztoa está acompanhando o cenário, apesar de não interferir em questões comerciais, e mantendo seu diálogo diário com Brasília, para os temas citados de crédito e impostos.

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