Durante o ano de 2020, as operadoras e o mercado do Turismo em geral enfrentaram grandes desafios com a chegada da pandemia de covid-19. No entanto, algumas empresas já observam um crescimento nas vendas nos últimos meses. A Diversa Turismo, por exemplo, registrou um aumento de 50% nas vendas em relação ao ano passado, enquanto a CVC atingiu, em outubro, 75% das vendas de destinos nacionais do mesmo período de 2019.

Para falar sobre a recuperação do setor e as perspectivas para 2021, o Salvador Experience – Turismo 360° promoveu um painel nesta sexta-feira (4), com mediação de Rodrigo Vieira, coordenador de Redação da PANROTAS, e participação de Adriana Fredericce, da Diversa Turismo; Aldo Leone, da Agaxtur; Roberto Sanches, da Orinter; Ronnie Corrêa, da Abreutur; e Claiton Armelin, da CVC.

DOMÉSTICO EM EVIDÊNCIA

Grande parte desse crescimento se deve à ascensão do Turismo doméstico, que ganhou ainda mais força com os efeitos da pandemia. Para os convidados, o momento é de resiliência e confiança. “Temos que ser positivos e resilientes como sempre fomos. O Brasil está no nosso sangue. A pandemia fez com que voltássemos às nossas origens e valorizássemos o Turismo nacional”, ressaltou Leone.

Apesar da tendência dos destinos regionais e de curta distância, Armelin ressalta que é preciso olhar para os destinos de longa distância dentro do Brasil para incentivar a retomada. “A CVC sempre apostou, durante todos esses anos, no Turismo nacional e está sendo uma grande protagonista neste momento de retomada. Nós apostamos nas viagens ‘curtinhas’, mas também temos que apostar nas viagens ‘longuinhas’, pois a hotelaria não vive só da hospedagem dos finais de semana”, disse.

Por ser um dos destinos com maior oferta e conectividade aérea, Salvador está no top 10 destinos no Brasil da Abreutur. “Tivemos um aumento muito grande na procura por destinos nacionais como um todo e um número maior de novas agências nos procurando. Mas mesmo com estrutura, tivemos que reinventar as ofertas e aumentar o leque de destinos que priorizam a natureza e o bem-estar. E Salvador entra nessa lista como um dos ícones do Brasil, talvez até mesmo o maior”, revelou Corrêa.

CONFIANÇA: PALAVRA CHAVE PARA 2021

Para Adriana Fredericce, o agente de viagens busca a confiança nas grandes empresas do setor, já que o momento atual exige apoio. “Hoje ele quer apostar as fichas em uma empresa que traga solidez. Nesse momento, o agente precisa do nosso apoio e de preços competitivos. Essa pandemia trouxe esse novo modelo virtual e nos mostrou o quanto podemos apoiar os agentes de diversas formas”, disse.

Além da confiança entre os agentes e fornecedores, é preciso oferecer esse sentimento aos turistas. “A grande questão é que o Turismo precisa transmitir confiança na questão dos protocolos e no método de viagem. O trade precisa mostrar que, caso aconteça alguma coisa, o passageiro terá flexibilização para remarcar sua viagem. Transmitir confiança na hora da aquisição do pacote é muito importante, até mais do que a criatividade”, destacou Sanches.

Essa confiança, em parte, será facilitada pela importância do agente de viagens no pós-pandemia. “Os agentes estão tendo uma oportunidade única de poder ter contato com o cliente que estava comprando on-line. Muita gente migrou de volta para o agente porque agora entende que precisa de um aconselhamento melhor para tomar uma decisão. O agente ganhou muita relevância e é uma oportunidade que não podemos desperdiçar”, ressaltou Corrêa.