Visit Brasil Summit: especialistas debatem os rumos do Turismo através da inovação
Consenso entre painelistas é claro: o Turismo do futuro exige estratégia, colaboração e coragem para mudar

RIO DE JANEIRO - Como a inovação pode redefinir os rumos do Turismo no Brasil? Este foi o tema do painel "O Futuro do Turismo é Inovador", realizado nesta terça-feira (20), segundo dia de Visit Brasil Summit, evento que acontece no Museu do Amanhã (RJ).
Mediado por Roberto Gevaerd, diretor de Gestão e Inovação da Embratur, o debate reuniu especialistas de diferentes áreas, como Natali Emerick (UFRJ), Carlos Alberto Nunes (VISA), Pierre Lucena (Porto Digital), Mariana Aldrigui (USP) e Rosa Alegria (The Millennium Project Brasil), para discutir como tecnologia, criatividade e colaboração podem impulsionar o turismo brasileiro para um novo patamar.

Gevaerd destacou o papel central da inovação nas estratégias do órgão. “Inovação é um dos pilares do trabalho da Embratur. Usamos dados como base de atuação e incorporamos práticas de ESG com um olhar estratégico. Nosso próprio plano de marketing nasce desse compromisso com a inovação”, afirmou.
A professora e pesquisadora da USP, Mariana Aldrigui, por sua vez, reforçou o valor dos dados e da memória institucional do Turismo brasileiro. “O grande desafio sempre é tornar esses dados legíveis, comparáveis e acessíveis para quem tem curiosidade ou precisa tomar decisões. E neste caso, a Embratur continua sendo a guardiã do Turismo no Brasil, e seu acervo digital é um dos ativos mais relevantes que temos”, pontuou.
Carlos Alberto Nunes, diretor de Soluções Governamentais da VISA, revelou como a empresa vem apoiando a transformação digital de governos. “A Visa entendeu que pode ser um ativo nessa transformação digital. A Embratur está na vanguarda da otimização de recursos do turismo, e isso é um privilégio. O gestor público precisa aplicar corretamente os recursos para fomentar políticas eficazes para o setor”, disse.
Já Natali Emerick, gerente de Inovação Aberta do Parque Tecnológico da UFRJ, destacou a importância das conexões e da multidisciplinaridade. “Buscamos entender os desafios dos parceiros e conectá-los às competências do ecossistema UFRJ. Estamos trabalhando com a Embratur em soluções de inteligência artificial voltadas para grandes eventos populares, como o Carnaval”, revelou.

Pierre Lucena, do Porto Digital, destacou a aposta na inovação urbana a partir do adensamento populacional, o que transformou o Bairro do Recife. Hoje, são 475 empresas e mais de 21,5 mil colaboradores atuando na região.
"As cidades que investiram na formação do capital humano atrelada aos setores produtivos têm hoje uma qualidade de vida muito superior àquelas que não fizeram essa aposta. Não se faz inovação sem as pessoas — e o setor de Turismo, que é hoje um dos mais capitalizados, avançou muito nesse sentido”
Pierre Lucena, do Porto Digital
E como pensar e vislumbrar o futuro para seguir pensando? Segundo Rosa Alegria, do The Millennium Project Brasil, ao invés de analisar dados e evidências do passado, os futuristas analisam sinais, percepções e pesquisas exploratórias para projetar o futuro. "E a tecnologia é apenas um dos sistemas de mudança porque não haverá transformação se o fator humano não estiver no centro. A revolução não começa pela inteligência artificial ou pelas inovações tecnológicas, mas pelo indivíduo — pela consciência de que ele precisa mudar”, afirmou ela.