Beatriz Contelli   |   22/08/2022 12:00
Atualizada em 09/09/2022 14:26

10 influencers LGBTQIAP+ para seguir nas redes sociais

Os influenciadores falaram à Revista PANROTAS o que pensam e o que deve ser melhorado no setor


Reprodução/Freepik
Acompanhe as dicas de viagens de 10 influencers
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Personalidades que abandonaram suas profissões para viajar pelo mundo, pessoas que viajavam por puro hobby, diretores de entidades importantes, jornalistas que juntaram o útil ao agradável, produtores culturais que promovem o afroturismo… Seja qual for o perfil e a história, o turista LGBTQIAP+ quer apenas uma coisa: ser tratado com respeito e naturalidade.

Do glamour das redes sociais aos perrengues que ninguém conta, os influenciadores digitais LGBTQIAP+ de Viagens e Turismo têm muito a dizer sobre este segmento que transforma e emancipa vidas.

Confira a seguir os depoimentos de 10 influenciadores digitais que entendem do assunto. Aproveite também para segui-los nas redes sociais e acompanhar as dicas de viagens.

@doisnomapa

“Se muitos casais heterossexuais compartilham suas viagens nas redes sociais, por que um casal gay não pode fazer o mesmo?” Criado por Adriano e Hélio em 2018, o Dois no Mapa é um convite para acompanhar as descobertas do casal por todo o País e também por destinos internacionais. Apaixonados pelo Brasil, os influenciadores não deixam de enaltecer as belezas nacionais sem apontar o que ainda deve ser melhorado.

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Adriano e Hélio
Adriano e Hélio
Como viajantes e apreciadores do Turismo, os influenciadores acreditam que um destino só pode ser realmente considerado ‘LGBTQIAP+ friendly’ quando proporciona experiências sem frustrações, se posiciona e assegura a segurança de seus visitantes.

@estrangeiraviagens

Pelos 37 países já percorridos, Gabi e Fabia compartilham suas vivências desde 2014, quando viajaram juntas pela primeira vez. Reino Unido, Espanha e Uruguai entram na lista de preferidos nos quesitos atrações e liberdade. Na ida ao Egito, país que ainda criminaliza a homossexualidade, Gabi e Fabia optaram por não andar de mãos dadas e reservar camas de solteiro. Na visão da influenciadoras, as políticas governamentais de um destino afetam como ele é visto internacionalmente e ainda falta integração entre as letras da comunidade.

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Gabi e Fabia
Gabi e Fabia
“Apesar de todos LGBTQIAP+, somos todos diversos. Somos um casal com 16 anos de diferença de idade e muitos pensam que somos mãe e filha. Queremos ser tratadas com naturalidade, queremos um leque de possibilidades para aproveitar o destino. Há muitas camadas além da bandeira do arco-íris”.

@FuiComFusco

O mineiro Flávio Fusco achava que nunca viajaria de avião. Aos 22 anos, realizou sua primeira viagem internacional e percebeu que o Turismo não é só para quem tem dinheiro. Das Paradas do Orgulho LGBTQIAP+ do Rio de Janeiro, São Paulo e Juiz de Fora, o influenciador teria a oportunidade de conhecer a Parada de Barcelona, em que afirma sem titubear: é não só uma das maiores do mundo, como também foi uma oportunidade de ser quem o Flávio Fusco realmente é.

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Flavio Fusco
Flavio Fusco
Para o blogueiro, a pauta LGBTQIAP+ tem alcançado espaços maiores em toda a sociedade, apesar de ainda não conseguir se desvincular das campanhas realizadas apenas no mês de junho e das estampas de arco-íris. Onde estão as empresas que contratam profissionais transsexuais, que promovem um trabalho de conscientização entre os colaboradores e que compreendem o potencial do público LGBTQIAP+?

@genilson_coutinho

Conhecedor de todos os cantos de Salvador, Genilson Coutinho viu em uma viagem à Argentina a oportunidade de compartilhar destinos e experiências que fossem acessíveis à comunidade LGBTQIAP+. Aos turistas iniciantes, a dica é sempre buscar informações, referências, movimentos de inclusão e diversidade ativos, atrações ‘friendly’ e sistemas de segurança disponíveis. Já para os destinos, as recomendações vão desde treinamento de colaboradores até publicidade.

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Genilson Coutinho
Genilson Coutinho
“O bem-estar das pessoas é o que garante a fidelização como turista. As atrações precisam receber o visitante local da mesma forma que recebem o turista internacional. Sem falar no embranquecimento do Turismo, na ausência de pessoas transsexuais, pretas e gordas na divulgação dos pacotes de viagens. O passo inicial do processo de inclusão no Turismo é a publicidade das agências. Nós continuamos viajando e não somos vistos. Somos nós que levamos alegria para os destinos”.

@goabilio

Jornalista e influenciador de viagens, Felippe Abíllio mora na Argentina e usa as redes sociais para compartilhar como é possível viajar economizando e o que os turistas LGBTQIAP+ querem dos destinos.

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Felippe Abíllio
Felippe Abíllio
Entre os países que já visitou, o blogueiro indica Curaçao – que foi palco do casamento da cantora Ludmilla com a dançarina Brunna Gonçalves – pela receptividade desde o aeroporto até às atrações. Em contrapartida, o Catar – que irá sediar a Copa do Mundo deste ano – não é uma boa recomendação por ainda criminalizar a homossexualidade.

@guianegro

Se as experiências dos viajantes LGBTQIAP+ brancos muitas vezes não são satisfatórias, para os viajantes LGBTQIAP+ pretos a situação tende a piorar. Na visão de Guilherme Soares Dias, um dos fundadores do Guia Negro, o Turismo é, majoritariamente, realizado por aqueles que têm a possibilidade de aproveitar momentos de lazer.

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Guilherme Soares Dias
Guilherme Soares Dias
O que falta é garantir que os grupos minorizados possam viajar e não serem vítimas de preconceitos e barreiras para visitarem o destino que desejarem durante as férias.

@ossaboresdomundo

Se você nunca pensou em viajar para Belo Horizonte, a hora é agora. Moradores da capital mineira, Ricardo e Bernardo dão uma série de dicas de como aproveitar o melhor deste e de outros destinos. Com mais de 100 mil seguidores no Instagram, o casal indica atrações belo-horizontinas como Lagoa da Pampulha, Praça do Papa e, especialmente, o Mercado Novo, espaço que foi repaginado e hoje conta com gastronomia, arte, cultura e sustentabilidade, misturando e valorizando todas as formas de existência, tanto dos visitantes quanto dos funcionários.

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Ricardo e Bernardo
Ricardo e Bernardo
“Eu não vejo os hotéis se preocupando em capacitar os colaboradores. Ainda há atrações apenas para homens gays, invisibilizando as mulheres lésbicas, as pessoas transsexuais e não-binárias. Toda vez que vamos em algum lugar que não conhecemos, nós temos receio de demonstrar que somos um casal e sofrer hostilização. Isso limita nosso modo de ser”.

@tavinhu_furtado

“Nós já saímos do armário e não vamos voltar pra ele, mas ainda precisamos de segurança”. Editor de dois portais de viagens e diretor de Turismo da Câmara LGBT, Tavinhu, como é conhecido, não tem dúvidas do potencial do Turismo LGBT no Brasil que, em movimentação, só perde para os Estados Unidos, com US$ 63 bilhões por ano.

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Tavinhu Furtado
Tavinhu Furtado
Por meio da Câmara, o objetivo é fazer um trabalho de sensibilização, compartilhando quais são as necessidades e desejos dos LGBTQIAP+, além de desenvolver negócios oriundos da comunidade.

@tesourosdobrasil

Com mais de 140 mil inscritos no YouTube, o Tesouros do Brasil, comandado por João Víctor, mostra não só o melhor do Rio de Janeiro, como de outros destinos nacionais e internacionais. Com nenhuma experiência negativa influenciada pela sua orientação sexual, o blogueiro crê que o segmento está cada vez menos nichado e que a comunidade está mais presente nas atrações.

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João Víctor
João Víctor

@viagenscine

Já são mais de 200 mil pessoas, héteros e homossexuais, que acompanham o Viagens Cinematográficas, administrado pelo casal Fabio e Cleber. Dos tantos roteiros realizados, os influenciadores destacam as experiências vividas em Búzios (RJ), Paraty (RJ), Praia da Pipa (RN), Morro de São Paulo (BA), Aruba e Curaçao, além de Barcelona e Ibiza, que dispõem de hotéis exclusivos para viajantes LGBTQIAP+.

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Cleber e Fabio
Cleber e Fabio
O vasto repertório de destinos visitados permite que o casal compartilhe dicas valiosas tanto com viajantes quanto com profissionais do Turismo: enquanto os estabelecimentos privados podem incluir iniciativas de inclusão, como contratação de pessoas LGBTQIAP+, treinamentos e peças publicitárias direcionadas a esse segmento, governos devem tratar da segurança e de legislações anti LGBTfobia.

Os 10 influenciadores deram entrevistas exclusivas para a edição da Revista PANROTAS desta semana que pode ser conferida na íntegra abaixo:


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