Artur Luiz Andrade   |   08/03/2021 14:17
Atualizada em 08/03/2021 14:34

Bloomberg diz que projeto do Fasano Nova York é confuso

Projeto de US$ 150 milhões será para associados a um clube ou para convidados

Extensa reportagem da Bloomberg
sobre a chegada da marca brasileira Fasano a Nova York, com direito à ex-diretora do Copacabana Palace, Andrea Natal, à frente da operação, traz muitas críticas ao empreendimento e ao modelo escolhido para a comercialização, um clube somente para convidados ou indicados. A reportagem também critica o pouco espaço do prédio, o preço salgado e nada condizente com hotéis de luxo nas redondezas (US$ 100 mil o mês, já que por enquanto o empreendimento não pode vender diárias), mas elogia a decoração e os espaços internos. A matéria também destaca a marca Fasano, especialmente o hotel de São Paulo, como uma das referências de luxo no País.

O Fasano New York está na Quinta Avenida, entre as ruas 62 e 63, com uma recepção discreta e lobby descrito como minimalista. Segundo a reportagem, a lista de convidados para ingressar no clube do Fasano está sendo feita com critério pelos proprietários e agências de PR e todo o projeto levanta a questão: é um hotel?

De acordo com a licença expedida pela cidade, o prédio pode funcionar como condomínio, limitando a disponibilidade de estadas de menos de 30 dias. A abertura está prevista para maio.

O chairman da JHSF Participações, José Auriemo Neto, falou à reportagem e disse que “os clientes do Fasano querem ficar em propriedades pequenas e butique, e também em locais bem exclusivos”. Daí nasceu o projeto do Fasano de Nova York. O Fasano da Big Apple tem sete suítes clubhouse e quatro apartamento dúplex.

Segundo a Blooemberg, a diretora Andrea Natal havia dito que uma das clubhouses custaria US$ 7 mil a noite (sete vezes mais cara que o luxuoso vizinho The Mark). Mas o Fasano reforça que é apenas para membros do clube e convidados, e em longa estada. A propriedade está listada em empresas de imóveis da cidade para estadas de no mínimo 30 noites. Para funcionar como hotel, teria de mudar sua certificação na prefeitura. De acordo com a Bloomberg uma tarifa de soft opening seria de US$ 100 mil por mês para o dúplex.

A Bloomberg classifica os quartos como suntuosos e elogia a beleza dos apartamentos de três quartos. Porém, nenhuma das suítes estaria equipada para estadas longas, tendo apenas minibar, fogão elétrico de duas boas e pouco espaço para bagagem, por exemplo.

Uma pequena academia, um terraço pequeno ao ar livre e o restaurante Baretto New York completam a oferta do prédio de luxo com a marca Fasano. A diretora informou à reportagem a intenção de oferecer tratamentos de spa em um gazebo no terraço aberto.

“É um business plan confuso, dado o landscape de hospitalidade e clubes privados em Nova York”, conclui a reportagem. O projeto custou US$ 150 milhões e a marca Fasano quer investir na internacionalização, citando nomes como Londres, Paria, Miami e Los Angeles.

Leia a reportagem completa aqui.
https://www.bloomberg.com/news/articles/2021-03-04/fasano-fifth-avenue-arrives-in-new-york-as-luxury-residence-hotel

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.