Artur Luiz Andrade   |   05/08/2020 11:16
Atualizada em 05/08/2020 11:25

Booking window na Accor está em 5 dias e CEO diz que pior já passou

CEO diz que pior já passou e que empresa tem caixa de mais de quatro bilhões de euros


Divulgação/Accor Hotels
Sébastien Bazin, CEO da Accor Hotels
Sébastien Bazin, CEO da Accor Hotels
Ao divulgar os resultados da primeira metade do ano, a Accor revelou que 60% das reservas na Europa tiveram uma booking window de apenas cinco dias. Ou seja, o viajante está tomando decisões a curtíssimo prazo, de olho nas necessidades (de viajar), oportunidades e nas medidas de segurança (de destinos e empresas). O CEO da rede francesa, Sébastien Bazin, disse que os viajantes tomam decisões na segunda-feira, para viajar no fim de semana seguinte. De acordo com ele, os hóspedes atualmente são mais de lazer e regionais, com algumas viagens intrarregionais, e menos internacionais e de negócios.

Bazin classificou a crise como brutal, repentina, violenta e global, mas disse que a Accor já estava em um processo de transformação para uma estrutura mais leve e ágil, e que esse processo está 80% concluído.

A receita da Accor nos seis primeiros meses do ano foi de 917 milhões de euros, queda de 52% sobre o período do ano anterior. O prejuízo neto foi de 1,5 bilhão de euros, comparado ao lucro de 141 milhões de euros no primeiro semestre de 2019. E a empresa tem caixa, segundo Bazin, de mais de quatro bilhões de euros para enfrentar a crise.

Segundo ele, desde 1º de junho, a cada semana os negócios estão melhores, e continuarão assim. Ele elogiou os 320 mil empregados da Accor, que têm “robustez para enfrentar a crise”, que classificou com uma aventura, repleta de oportunidades.

As taxas de ocupação da rede estão em 60% na China, 56% na França, 39% na Alemanha, 35% no Reino Unido e 35% nas Américas Central e do Norte.

A empresa vai cortar cerca de mil postos de trabalho, dentro de um plano de economia de 200 milhões de euros (20% dos custos do negócio de hotel) e vai buscar acelerar essa transformação para ser mais leve e ágil, contando com sua expertise mundial em 110 países.

A Accor prevê que as viagens a trabalho permanecerão 10% abaixo do pré-pandemia, pois as pessoas passarão a optar por meios de comunicação e trabalho digital, e ficar mais tempo em casa. Uma alternativa para recuperar esses 10% é oferecer as instalações dos hotéis como escritório permanente para esses ex-viajantes.

“Podemos oferecer às pessoas a alternativa de ir até o hotel mais próximo, em vez de ficar em casa trabalhando ou pegar uma hora de transporte público. Pelo sistema de assinatura, podemos ocupar de 5% a 10% dos quartos com esse novo modelo, em um período em que não estariam sendo usados, de dia”, disse ele, segundo o site Phocuswire.

HOTÉIS ABERTOS
Segundo a Accor, 81% dos hotéis já estão abertos e os negócios estão voltando aos poucos. O pior já passou, garante a rede hoteleira. Nos últimos meses a empresa adicionou 12 mil novos quartos a seu portfólio, hoje em 748 mil, em 5,1 mil hotéis em todo o mundo.

“Nossos hotéis estão prontos para receber um tipo novo de cliente, que busca atividades de lazer, turismo doméstico e um nível mais baixo de viagens a trabalho”, disse a Accor em comunicado, enfatizando a adaptação aos novos tempos e anseios do consumidor.

Confira o vídeo gravado pelo CEO da Accor, Sébastien Bazin:



Com informações do Phocuswire

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.