Victor Fernandes   |   08/12/2022 14:59
Atualizada em 08/12/2022 15:16

Estados Unidos ultrapassam a Europa em aluguéis de curto prazo

EUA tiveram o maior ganho em participação nas reservas de aluguéis de curto prazo, segundo Phocuswright

Pixabay
Estudo da Phocuswright apontou mudanças regionais no mercado global de aluguel de curto prazo
Estudo da Phocuswright apontou mudanças regionais no mercado global de aluguel de curto prazo
Impulsionados principalmente pelos mercados de praia e montanha, os Estados Unidos tiveram o maior ganho em participação nas reservas brutas de aluguéis de meios de hospedagem a curto prazo durante a pandemia de covid-19 e ultrapassaram a Europa em 2022 na maior participação regional, segundo novo estudo da Phocuswright.

A perda de participação da Europa foi impulsionada por preocupações econômicas e de guerra, bem como pelo aumento das restrições regulatórias em mercados importantes. Um exemplo é Paris, onde no início de 2021 os mais altos tribunais da França e da Europa decidiram a favor de regulamentações destinadas a impedir o impacto negativo dos aluguéis de curto prazo no mercado imobiliário. As decisões tornaram obrigatório o registro fiscal e restringiram o aluguel de residências principais a um máximo de 120 dias por ano.

A região da Ásia Pacífico experimentou um declínio mais acentuado na participação das reservas em 2021 devido a políticas rígidas de bloqueio pandêmico. A região está projetada para se recuperar, no entanto, e superar o nível de participação de 2019 até 2026, à medida que os mercados de aluguel se recuperam e amadurecem.

Como a demanda explodiu de meados de 2020 a meados de 2022, o maior desafio enfrentado por muitos mercados de aluguel de curto prazo foi a falta de oferta. Esse ambiente elevou as tarifas médias diárias (ADRs) a novos patamares e levou o setor a adicionar novos estoques o mais rapidamente possível. Agora, com a manifestação da recessão, a incerteza também retorna. E como na última recessão, as pessoas estão recorrendo aos de aluguéis de curto prazo como uma fonte de renda adicional, aumentando ainda mais a oferta.

Se a demanda cair abruptamente, o mercado pode ficar com um excesso de oferta e ADRs em queda. Por outro lado, se a demanda permanecer forte, os altos ADRs sustentados podem colocar muitos viajantes fora do mercado - especialmente porque as taxas de aluguel de curto prazo elevadas aumentam ainda mais o custo total da estadia. Essa possibilidade é ainda mais relevante, pois os hotéis estão voltando com força, com muitos divulgando sua qualidade e comodidades mais consistentes. Alguns meios de comunicação estão relatando que essa dinâmica já está empurrando os possíveis locatários de volta aos hotéis.

Apesar dos desafios, espera-se que o mercado de aluguel de curto prazo sustente o impulso pós-pandemia nos próximos anos. Sua trajetória consolida o segmento como uma das áreas mais badaladas do setor de viagens à medida em que amadurece e se torna um produto central no arsenal do viajante, competindo cada vez mais diretamente com os hotéis por atenção.

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