Beatrice Teizen   |   31/01/2023 17:13
Atualizada em 31/01/2023 17:14

Hotelbeds foca em parcerias de longo prazo e crescimento orgânico

O CEO da companhia, Nicolas Huss, está no Brasil para encontrar clientes e falou com a PANROTAS

Com mais de 300 mil hotéis, 71 mil distribuidores de viagens e presente em 195 países, a Hotelbeds, fundada em 2001, vem se recuperando após algumas perdas decorridas da pandemia de covid-19. Este ano, que, fiscalmente, finaliza no mês de setembro, será um ano recorde para a companhia, de acordo com o CEO, Nicolas Huss, em entrevista exclusiva ao Portal PANROTAS.

PANROTAS / Emerson Souza
Nicolas Huss, CEO da Hotelbeds
Nicolas Huss, CEO da Hotelbeds
“Nosso volume será 30% acima do nível pré-pandemia. Teremos um ano recorde em termos de lucratividade financeira. É bom estar de volta, pois éramos uma companhia bem saudável antes da crise sanitária global e, como todos na indústria, fomos bastante afetados. Mas temos acionistas fortes, que recapitalizaram a empresa, então conseguimos nos manter investindo e otimizando”, conta.

Para esta recuperação, Huss dá crédito ao movimento que a empresa fez de tirar vantagem da ótima retomada da indústria para voltar mais rápido. A Hotelbeds também reorganizou a companhia para dar mais autonomia para as regiões, focando bastante nos clientes e parceiros. Também investiu pesado em tecnologia, big data e BI.

“Dobramos nosso budget de tecnologia desde 2021 e vamos manter isso até 2025. É um investimento massivo em big data, em escalabilidade e confiabilidade. E precisamos fazer isso pois somos uma grande empresa de tecnologia, sempre focando em simplificar os processos para os clientes”, diz o executivo.

BRASIL É CHAVE
No Brasil pela primeira vez desde que assumiu o cargo, há 18 meses, Huss reforçou a importância do País (e da América Latina) para a companhia e usou seu tempo por aqui para visitar e checar as atuações dos times e, principalmente, se conectar com os parceiros hoteleiros e clientes. Segundo o CEO, o Brasil é um país chave para a empresa e um dos destinos com o melhor desempenho.

“Temos resultados bem consistentes por aqui. Já tínhamos, historicamente, mas a recuperação pós-pandemia está melhor ainda do que o esperado. Se olharmos em termos de transições, acredito que seja o melhor país do mundo para nós. Dobramos nosso ritmo e estamos bem fortes em toda América Latina, além de México, com o Brasil sendo provavelmente o melhor.”

Nicolas Huss aponta ainda que o Brasil, e a região latino-americana, é muito importante em termos de crescimento, mas que há mais a ser feito no futuro em termos de volume. Para isso, a empresa continuará investindo. Seja nos times, na tecnologia ou em desenvolver as relações com os parceiros brasileiros.

“Acreditamos que podemos acrescentar valor ao País, porque existem viajantes internacionais querendo vir para cá e, principalmente, optando por estadas mais longas. Vão ficar mais tempo, com tíquete mais alto, vão gastar mais, e vão reservar com antecedência, que é exatamente o que os hotéis gostam."

PANROTAS / Emerson Souza
Nicolas Huss e Alexandre Oliveira, da Hotelbeds
Nicolas Huss e Alexandre Oliveira, da Hotelbeds
O gerente regional para América Latina da Hotelbeds, Alexandre Oliveira, complementa apontado que o Turismo no Brasil é bastante empreendedor e é um ecossistema mais complexo. “E o fato de que trazemos esse peso em termos de distribuição global para os empreendedores brasileiros nos torna ótimos parceiros”, pontua.

CRESCIMENTO ORGÂNICO
Em 2017, a empresa adquiriu as distribuidoras de viagens GTA e Tourico com o objetivo de ampliar sua atuação no mercado B2B. Questionado se mais aquisições estão nos próximos planos, o CEO diz que a principio não, mas que não descarta caso surja uma oportunidade de interesse para a companhia.

“Liderando companhias de tecnologia há mais de 15 anos, acredito que a maior virada de jogo é focar no crescimento orgânico. Se você está realmente focado no crescimento orgânico, indo mais rápido que o mercado, isso te força a mudar a maneira que a empresa é dirigida. A ir em uma estratégia diferente, modelo de abordagem diferente”, explica.

Dito isso, Huss aponta que mais aquisições serão analisadas se elas trazerem algo de diferente para a Hotelbeds. Seja um segmento ainda não acessado, uma região que não cobre ou um tipo de cliente que a companhia almeja fazer mais ofertas. “Se tiver algo assim, vamos olhar e entender se a integração faz sentido. Temos de ter certeza de que há um bom match de cultura e que somos capazes de fazer um bom trabalho para essa incorporação.”

“A mensagem é que estamos no Brasil para ficar, e por um bom tempo. Queremos relacionamentos B2B de longo prazo, pois acreditamos que na indústria do Turismo este é um fator chave de eficiência e crescimento. Nos mantivemos consistentes na pandemia, próximos dos clientes e vamos continuar fazendo isso. Vamos investir mais no Brasil e região e continuar desenvolvendo”, finaliza Nicolas Huss.

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