Juliana Monaco   |   15/07/2020 20:45   |   Atualizada em 15/07/2020 20:50

Para saber vender, é preciso entender e ouvir o público LGBT

Segundo a IGLTA, o público LGBT apresenta uma tendência maior de viajar, especialmente no pós-pandemia.

O LGBT Travel Digital Connecting é o primeiro evento virtual sobre Turismo LGBT do Brasil
O LGBT Travel Digital Connecting é o primeiro evento virtual sobre Turismo LGBT do Brasil
De acordo com uma pesquisa realizada pela IGLTA, o público LGBTI+ apresenta uma tendência de viajar mais do que os outros, já que dois terços dos entrevistados mostraram interesse em viajar assim que forem estabelecidos protocolos de segurança global. Saber atender e vender para esse cliente é fundamental e o primeiro passo é: conhecer o cliente, pois dentro da comunidade LGBT há grande diversidade de viajantes e objetivos.

No LGBT Travel Digital Connecting, realizado nesta quarta-feira (15) pela Câmara do Comércio e Turismo LGBT e GVA, os participantes destacaram que o mais importante é entender o cliente para vender o produto adequado. “Há uma diversidade muito grande dentro do público LGBT, mas existem produtos para atender a todos. A Viaje Entre Iguais se preocupa muito em conhecer o perfil do cliente e oferecer uma viagem personalizada para cada pessoa”, disse Marcelo Michieletto, do Viaje Entre Iguais, em live mediada pelo editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade.

Mais do que entender a comunidade LGBT, é preciso também conhecer as diferenças de gerações para entender as demandas de cada faixa etária. “Para a geração Z, eu indicaria produtos e destinos que estão um pouco mais avançados na questão LGBT, já que é um público que busca destinos que estão mais à frente. Uma das tendências que temos visto bastante são turistas LGBTs que viajam sozinhos e preferem conhecer o destino em grupo. Escutando o seu cliente, você consegue atendê-lo”, ressaltou Michieletto.

Marcelo Michieletto, do Viaje Entre Iguais
Marcelo Michieletto, do Viaje Entre Iguais
Por já ter a diversidade enraizada em sua cultura, a Noruega se destaca como um destino LGBT friendly. Ainda que não seja muito procurado para eventos LGBT, o país promove diversos festivais e paradas do orgulho LGBT ao longo do ano, incluindo festivais de cinema e esqui. “O privilégio que a Noruega tem é que ela não precisa se reinventar para as novas gerações, já que a diversidade não é uma questão social. É totalmente natural e faz parte do DNA do país”, afirmou Gisele Abrahão, representante da Noruega e da GVA.

A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO

A capacitação dos agentes é uma das melhores formas de se obter conhecimento para vender os produtos ao público LGBT. Para Michieletto, é importante ter as informações sobre os destinos e fornecedores para passar maior segurança ao cliente, principalmente quando se trata de destinos não aptos a receber a comunidade LGBT. “Aqui na agência, quando um cliente quer viajar para um lugar em que os LGBTs não são acolhidos, nós oferecemos todas as informações de segurança e as precauções necessárias”, disse.

Gisele Abrahão, da Noruega e GVA
Gisele Abrahão, da Noruega e GVA
Para Gisele, os representantes dos destinos são uma ampla fonte de capacitação. “Estamos aqui para dar todo um respaldo para os profissionais do Turismo. Acho que os destinos precisam ser mais usados não apenas pelos agentes, mas também pelos próprios consumidores, especialmente os LGBTs”, ressaltou.

Como parte do evento, a Câmara de Comércio e Turismo LGBT disponibilizou aos profissionais do Turismo diversas certificações sobre destinos, incluindo Seychelles, Mônaco, Espanha, Noruega e Jungfrau (Suíça). Clique aqui para se cadastrar e ter acesso aos cursos.

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