Danilo Teixeira Alves   |   29/05/2020 09:30

R11 vai investir dinheiro em agências para ajudá-las na retomada

Ricardo Amaral fala das iniciativas da empresa e analisa retomada no setor de cruzeiros


Emerson Souza
Ricardo Amaral fala das iniciativas da R11 e da retomada do setor de cruzeiros
Ricardo Amaral fala das iniciativas da R11 e da retomada do setor de cruzeiros

Ricardo Amaral, CEO da R11 Travel, revelou em entrevista ao Portal PANROTAS que a empresa vai investir dinheiro em agências de viagens para ajudá-las na retomada no cenário de pós pandemia. De acordo com informações do executivo, a ação B2B, que deverá ser apresentada oficialmente nas próximas duas semanas, consiste em receber das agências propostas de como a R11 Travel poderá participar de forma conjunta na retomada.

“Ainda estamos finalizando alguns detalhes, mas basicamente é uma ação bem agressiva de co-participação com as agências de viagens. Vamos investir um valor significativo em agências que apresentarem os melhores planos, as melhores ações e ideias para retomar a confiança e, obviamente, gerar vendas”, adiantou. “Tem muita gente que está querendo fazer mala direta, outros querem uma campanha de um produto específico. As melhores sugestões receberão o investimento da R11 Travel.”

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De acordo com o executivo, a empresa não prevê nenhum tipo de redução de investimento em relação ao que já estava programado para 2020. “Todo o aporte em comunicação para a ativação será mantido, assim como o investimento em materiais de divulgação para o trade e tecnologia. Não reduzimos nenhum centavo no que estávamos planejando investir em sistema, soluções tecnológicas e marcas”, afirmou. Já os colaboradores que foram desligados, em razão de readequação que a empresa fez em sua estrutura física e de pessoal, estão sendo chamados novamente.

A R11 Travel é distribuidora exclusiva no Brasil dos cruzeiros Royal Caribbean International, Celebrity Cruises, Azamara e representante Silversea no País.

O NOVO NORMAL
O que muitos chamam de “novo normal”, Amaral resume a novos protocolos expandidos de segurança em saúde, tendo em vista que o setor de cruzeiros sempre teve uma preocupação muito grande com a saúde de hóspedes e tripulantes. “As armadoras estão lidando cada vez melhor com medidas que visem o bem estar das pessoas que estão a bordo. Eu não tenho dúvidas de que ocorrerão mudanças, mas eu não acredito que sejam mudanças que inviabilizem o prazer de viajar”, opina Amaral.

Divulgação
Harmony of the Seas
Harmony of the Seas
Em sua visão, o experiente profissional de cruzeiros acredita que a retomada das viagens de cruzeiro seja iniciada pela Ásia, seguida dos Estados Unidos, Europa e só depois nas Américas. “A Royal Caribbean já deixou claro que ela deve reiniciar com os seus maiores navios (Oasis, Alure, Anthem, Harmony e Symphony), por terem um custo operacional muito mais eficiente que os demais.” Para ele, a questão ainda não é `quando volta navegar´ e sim `como volta´`. Segundo o CEO, o `como´ vai definir o `quando´, e o `como´ precisa ser de uma forma proveitosa, com a segurança que uma viagem de navio pode proporcionar.

Na opinão de muitos especialistas do mercado, os novos protocolos poderão implicar no fim do buffet nos restaurantes dos navios “Eu não acho que vai acabar, mas acredito que, no curto prazo, ele seja suprimido e um novo tipo de serviço aconteça naquela mesma área. Essa modalidade de serviço é uma demanda que tem como características o autoserviço e uma maior variedade aos clientes. O que pode acontecer, talvez, é que o tripulante passe a servir o passageiro”, avalia.

AS OPORTUNIDADES
O mercado possui três tipos de cruzeiristas: “new to cruise”, “new to brand” e “heavy user”. Na ordem, aquele passageiro que nunca viajou de navio, o que viajou com outra marca que não seja a sua e aquele cliente habitual.
“Em sua maioria, os que estão reservando agora são os heavy users. Aquele que nunca viajou é o maior desafio de cada uma das marcas, o de atrair o maior número de pessoas que estão viajando pela primeira vez a bordo de seus navios. Esse talvez terá um pouco mais de resistência”, disse Amaral.

De acordo com o executivo, são poucos os destinos do mundo onde o cliente aceita permanecer sete dias, e o navio é um deles, por isso se sobressai na reabertura do Turismo. “Não é em qualquer resort que você tem serviço 24h, uma rede médica disponível, opções de refeições e entretenimento. O navio, pelo conceito de serviço que ele carrega, tem um grau de segurança e satisfação muito elevado.”

Amaral se mostrou bastante otimista com a retomada e garantiu que as compras estão voltando ao pouco. “Eu recebi uma mensagem de uma agente de viagens que vendeu uma suíte de R$ 42 mil reais para julho de 2021, outros já estão vendendo. As coisas estão acontecendo”, afirma.

Mesmo com uma queda de aproximadamente 90% na receita, Ricardo Amaral garantiu que tanto a R11 Travel quanto as companhias que representa estão em uma posição bastante confortável, e que isso não é apenas discurso de atitude, e sim uma prova numérica. “Eu também vejo o dia a dia e vejo como é a receptividade com as nossas marcas, com a nossa empresa. É um público saudoso, que está com saudade de viajar e que vai viajar quanto for seguro”, disse.

Para fim, Amaral lembrou que a Royal Caribbean e todas as outras marcas possuem uma grande oferta para janeiro e fevereiro. “Nosso ponto forte são os cruzeiros de três, quatro e sete noites no Caribe. É o mais vendido para brasileiros, norte americanos e todo o mundo. Há empresas com novidades em roteiros e outras com novos navios. Tenho certeza que teremos sucesso em um futuro muito próximo. O sucesso do mercado de cruzeiros e o Turismo em geral é algo que dou como certo”, concluiu.

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