Pedro Menezes   |   25/07/2025 12:05
Atualizada em 25/07/2025 16:09

Qualitours revela sucesso das vendas e detalhes da operação de cruzeiros na COP 30

Empresa informa que agentes de viagens podem vender cabines e que boa parte delas já está esgotada


PANROTAS / Emerson Souza
Luti Guimarães, Marcelo Cohen e Sylvio Ferraz, da BeFly
Luti Guimarães, Marcelo Cohen e Sylvio Ferraz, da BeFly

A Qualitours, parte do Ecossistema BeFly e especialista em venda de cruzeiros marítimos, será a responsável pela comercialização das cabines nos navios MSC Seaview e Costa Diadema durante a COP30, em parceria com o governo federal e a Embratur. A empresa atuará como interlocutora entre as companhias e os participantes da conferência, organizando a oferta de hospedagem a bordo de forma estruturada e acessível.

Essa novidade você viu aqui no Portal PANROTAS, mas como será a operação destes navios? Como estão as vendas neste exato momento? Quão especial e gratificante é este desafio, digamos, único para Qualitours? E no dia a dia da operação, o que podemos esperar? Os detalhes foram compartilhados por Luciano Guimarães, vice-presidente de Negócios, e Sylvio Ferraz, VP de Produtos e Novos Negócios da BeFly, em entrevista exclusiva.

"A gente provavelmente terá a melhor opção de hotelaria em Belém para a COP 30. Vamos hospedar, de uma vez só, cerca de 6 mil pessoas entre os dias 5 e 22 de novembro em dois navios, que contam com 10 restaurantes cada, dezenas de bares, áreas sociais, piscina, academia, lavanderia, centro médico, culinária regional paraense e cozinha internacional com os padrões conhecidos das companhias marítimas como MSC e Costa Cruzeiros. Além disso tudo, é um ambiente bom, seguro, limpo, em que sabemos que o ar-condicionado funciona, em que temos a certeza de que o colchão é novo, que a roupa de cama vai ser trocada. É completamente diferente do que vemos em Belém, com delegações utilizando motéis como meios de hospedagem. É claro que há hotéis bons, como Grand Mercure, Radisson e o futuro Tivoli, mas nenhum deles tem quase 4 mil quartos que temos"

Luti Guimarães, vice-presidente de Negócios da BeFly
PANROTAS / Emerson Souza
Luti Guimarães, vice-presidente de Negócios da BeFly
Luti Guimarães, vice-presidente de Negócios da BeFly

Apesar da grande oferta, a Qualitours informa que todas as cabines internas e externas já estão esgotadas. Hoje, segundo Luti Guimarães, só há quartos com varandas, suítes do Yacht Club da MSC Cruzeiros e mega suítes da Costa Cruzeiros disponíveis para aquisição. "O site está publicado e posso dizer que o resto das cabines vai acabar rapidamente, porque ontem que começamos definitivamente as vendas. A procura é absurda", revelou.

"A Qualitours opera, mas os clientes de agências de viagens, da Flytour Business Travel e da Belvitur, por exemplo, podem comprar conosco. Estamos prontos para atender o mercado corporativo, o mercado B2B e o mercado em geral. E como BeFly, trata-se de um grande benefício, porque conseguimos entregar tudo a partir de um único lugar, de um único ecossistema. Não tem ninguém assim no País"

Luti Guimarães, vice-presidente de Negócios da BeFly

O chamamento público e os desafios da operação

MSC Cruzeiros
MSC Seaview tem mais de 2 mil cabines
MSC Seaview tem mais de 2 mil cabines

A Qualitours pode se gabar da expertise que tem no segmento de cruzeiros marítimos. Foi esse o ponto crucial para que a empresa pudesse ganhar a concorrência no chamamento público para operacionalizar a oferta de cabines de cruzeiros. "Vencemos o processo porque não há nada melhor do que a Qualitours para fazer essa operação. Somos nós que atenderemos o cliente, que operaremos, que comercializaremos", disse.

Apesar da expertise, Luti lembra que este é um projeto nada convencional no dia a dia da operadora. "Não é todo dia que alguém freta dois navios e os coloca em um porto inédito, ainda em obras, de Belém (PA). O porto vai ficar pronto e a gente vai acompanhar de perto a chegada dos navios, mas é um desafio a venda em cima da hora, já que tem gente comprando hotel há mais de um ano", disse o VP.

Já segundo o vice-presidente de Novos Negócios da BeFly, Sylvio Ferraz, foi um grande desafio levar os cruzeiros para a COP 30 em Belém. "Era realmente difícil trabalhar com o porto atual, mas conseguimos negociar e vamos utilizar outro porto, que está sendo construído. É um investimento grande, que vai deixar um legado importante para as companhias de cruzeiro, com uma estrutura melhor para receber turistas nas temporadas normais", disse.

PANROTAS / Emerson Souza
Sylvio Ferraz, vice-presidente de Novos Negócios da BeFly
Sylvio Ferraz, vice-presidente de Novos Negócios da BeFly

"A proposta é dar mais viabilidade à COP30 ao oferecer um ambiente bem acomodado, seguro, com conforto, restaurante, bar, academia. Os navios vão ser, com certeza, locais de convívio durante a conferência, um porto seguro tanto para negociar os tratados quanto para descomprimir, relaxar, com um bom serviço e comida regional. Conversamos com as armadoras justamente para garantir que os estrangeiros possam experimentar a culinária local. E a logística também está sendo muito bem pensada. O BRT vai estar funcionando com acesso direto, e será possível chegar à estrutura da COP em menos de 30 minutos a partir dos navios"

Sylvio Ferraz, vice-presidente de Novos Negócios da BeFly

Ele lembra que chegar até aqui foi um enorme desafio, entre fechar contrato, assinar e fazer acontecer. "Agora o desafio é comercializar as cabines, atrair países e empresários que queiram participar da COP, um evento que se torna cada vez mais central no debate global. Precisamos garantir que tudo funcione: que todos consigam fazer check-in, entrar e sair dos navios com tranquilidade, e que haja esse convívio entre os participantes".

Como foi o processo de escolha dos navios?

Divulgação
Costa Diadema tem 1.850 cabines
Costa Diadema tem 1.850 cabines

Dois dos maiores navios de cruzeiro em operação no Brasil, o MSC Seaview e o Costa Diadema, foram os escolhidos como estruturas flutuantes de hospedagem e convivência durante a COP30. A escolha foi baseada em critérios técnicos, operacionais e de experiência prévia na costa brasileira.

“Conversamos com várias armadoras, mas tanto a MSC quanto a Costa foram as melhores escolhas pelo conhecimento que têm da operação no Brasil e da nossa legislação. Operar em Belém por 40 dias, com 17 noites efetivas de uso, num porto novo, não é trivial. Não é qualquer companhia do mundo que nos daria essa segurança"

Sylvio Ferraz, diretamente envolvido na coordenação da operação

Segundo Sylvio, a decisão foi tomada a partir de um trabalho conjunto com o governo federal, considerando o porte dos navios, a quantidade de cabines disponíveis e a aderência logística às exigências da conferência. “Os dois navios 'conhecem o Brasil' e isso facilita. Foi uma oportunidade aproveitada a tempo. Era essencial garantir o número certo de quartos e fazer isso funcionar num porto que vai estar pronto poucas semanas antes da COP"

A operação exigiu ainda ajustes regulatórios e técnicos, além de um chamamento público para definir a empresa responsável. Neste caso, a Qualitours foi selecionada. “Houve um chamamento, algumas empresas participaram, e a Qualitours foi a escolhida. Eles acreditaram que dava para fazer a operação acontecer,” contou Luti.

Ficha técnica dos navios

MSC Seaview

  • Capacidade: 5.300 passageiros
  • Tripulação: 1.400
  • Cabines: +2.000
  • Restaurantes: 10
  • Bares e lounges: 15
  • Piscinas: 4
  • Jacuzzis: 13
  • Decks de passageiros: 18
  • Comprimento: 323 metros
  • Ano de inauguração: 2018

Costa Diadema

  • Capacidade: 4.900 passageiros
  • Tripulação: 1.250
  • Cabines: 1.850
  • Restaurantes: 7
  • Bares e lounges: 11
  • Piscinas: 3
  • Jacuzzis: 8
  • Decks de passageiros: 14
  • Comprimento: 306 metros
  • Ano de inauguração: 2014

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