Laura Enchioglo   |   11/08/2025 16:31
Atualizada em 11/08/2025 16:32

Associação cobra avanços em projeto do novo terminal de cruzeiros em Santos

Para a Associação, transferência para o Valongo é um passo fundamental para modernizar a infraestrutura


Divulgação
Futuro Parque do Valongo permitirá acesso direto ao canal do porto e oferece lazer e contemplação
Futuro Parque do Valongo permitirá acesso direto ao canal do porto e oferece lazer e contemplação

A poucos meses da temporada 2025/2026, a Associação Nacional de Terminais de Cruzeiros (Aterc Brasil) defende a transferência do Terminal de Passageiros do Porto de Santos, atualmente em Outeirinhos, para o Valongo, no Centro Histórico. O projeto, em análise no Tribunal de Contas da União (TCU) e já aprovado pelo Ministério de Portos e Aeroportos, prevê cinco anos de obras e é considerado, para a Associação, essencial para modernizar a infraestrutura e atender à demanda crescente do setor.

Na próxima temporada, o principal hub de cruzeiros do país receberá seis navios, em 122 escalas, com embarcações mais antigas e de menor capacidade. A Aterc aponta que a falta de berços exclusivos e de um terminal adequado compromete a segurança e a eficiência das operações. O plano para o Valongo inclui embarque por fingers, áreas segregadas para passageiros e abastecimento, salões de imigração e desembarque internacional, além de estacionamento fora da área operacional.

“É preciso destacar que o armador enxerga o passageiro como um hóspede. E a experiência da viagem começa antes mesmo do embarque: com um acesso rápido e fácil ao terminal, um embarque organizado por meio de fingers e uma logística eficiente dentro e fora da instalação portuária”

João Tomaz, diretor-executivo da Aterc Brasil

O novo terminal teria capacidade para três navios simultaneamente, integrando-se ao Centro Histórico e ao futuro Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá. A mudança também busca otimizar a complexa logística dos dias de pico, que movimentam até 30 mil pessoas e centenas de veículos, sem sobrecarregar a cidade.

Outras propostas

A Aterc critica propostas alternativas apresentadas por Terminais de Uso Privado (TUPs) na Baixada Santista, alegando que têm foco imobiliário e comercial, ignoram a logística necessária e gerariam impactos negativos à mobilidade e ao meio ambiente.

“Tratam-se de concepções antigas, que vão na contramão das práticas adotadas pelas grandes armadoras internacionais. São projetos que não consideram o fluxo intenso de veículos e pessoas envolvidas nesse tipo de operação, causando um grande impacto à cidade. E ainda podem comprometer a fluidez da navegação em todo o Porto, por estarem localizados na entrada do canal. Importante destacar que outros locais do Brasil já tiveram projetos similares e eles nunca saíram do papel”, adverte Tomaz.

A entidade reforça que a construção de um terminal de passageiros exige responsabilidade, transparência e expertise, defendendo a análise célere do projeto do Valongo, já apoiado pela Prefeitura e debatido com o setor. A demora, alerta, pode afetar as próximas temporadas e comprometer o futuro do turismo marítimo no Brasil.

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