CEO do Visit Orlando fala de estratégias para manter o brasileiro mais tempo no destino
Casandra Matej comenta as novidades e como os agentes de viagens podem vender Orlando além dos parques

É dia de capacitação do Visit Orlando em São Paulo. Quando a plateia foi perguntada sobre quem já conhece o destino da Flórida, cerca de 90% dos 400 profissionais de Turismo presentes levantaram a mão. Tal maioria reflete bem a importância de Orlando para nosso mercado: a cidade dos Estados Unidos com o maior número de visitantes brasileiros sempre tem algo novo para oferecer, como o Epic Universe, aberto em maio de 2024 na Universal. E assim como os agentes de viagens, os clientes repeaters também estão a fim de voltar e viver experiências inéditas.
Orlando vende, e vende muito, no Brasil, e não à toa está em visita ao País a CEO do Visit Orlando, Casandra Matej. Embora o destino dos parques temáticos desperte um interesse natural no viajante brasileiro, há muito trabalho por trás de cada embarque saindo de nossos aeroportos rumo à cidade. Um dos desafios, segundo a executiva, é justamente aumentar o tempo de permanência dos turistas por lá.
"A média de permanência reduziu levemente. Costumava ser de duas semanas e agora está em torno de 11 dias. Isso aconteceu em todos os Estados Unidos, na verdade. Mas considerando a importância de ter os estrangeiros conosco, gastando mais dinheiro e aproveitando mais atividades, o Visit Orlando está fazendo uma campanha robusta de marketing, investindo recursos e fazendo ativações. Parte da nossa responsabilidade é contar tudo o que as pessoas podem fazer durante sua estada. Sabemos que os brasileiro busca parques e compras, então nosso papel é reforçar a diversidade desses produtos, mas também apresentar outros que de repente eles não conheçam", afirma Casandra.
"Vale a pena os agentes de viagens se capacitarem sobre nossa oferta de esportes profissionais, como NBA, de arte e cultura, como o Dr. Phillips Center, que traz shows da Broadway, orquestras filarmônicas e concertos de primeira linha. Também sobre ecoturismo, sobre a facilidade de fazer bate e volta para atrativos como Kennedy Space Center ou às praias, como Miami, via trem Brightline, por exemplo. Sobre nossa cena gastronômica que está crescendo exponencialmente, sendo nosso quarto ano sendo um destino do Guia Michelin, sobre nossa prateleira de luxo com Four Seasons, Conrad, Evermore, golfe e passeios privativos, incluindo a centros de compra e nos próprios parques"
Casandra Matej, CEO do Visit Orlando
Nunca foi tão fácil chegar a Orlando, diz CEO
O fácil acesso ao destino da Flórida também foi ressaltado pela executiva, tal como o conforto e a hospitalidade com os quais os visitantes brasileiros em especial são recebidos por lá. "Nunca foi tão fácil chegar a Orlando, seja diretamente por via aérea ou combinando com outros modais. Além disso, a comunidade de pessoas do Brasil, tanto de residentes quanto os que fazem de Orlando sua segunda casa, tornam o destino confortável e certamente ajudam o País a ser posicionado como está: o terceiro maior mercado internacional. Então não apenas investimos em marketing, mas também em treinamento, pois queremos ter certeza de que o trade conhece bem nosso produto."
- Orlando recebeu cerca de 700 mil visitantes brasileiros em 2024, ainda abaixo dos níveis pré-pandemia que chegavam próximo a 1 milhão em 2018 (ano de pico).
- Perguntada sobre seus principais concorrentes no mercado brasileiro, Casandra afirma que Orlando concorre com outros países, como Argentina e México, e não só com os destinos norte-americanos, dentre os quais ela ressalta a Califórnia como competidor.
Redução do orçamento do Brand USA impacta Orlando?
Questionada sobre o impacto da redução no orçamento do Brand USA, o principal órgão de promoção do Turismo dos Estados Unidos, Casandra Matej reiterou que o Visit Orlando não apenas manterá, como aumentará seus próprios investimentos nos mercados chaves, como o Brasil. Enquanto alguns mercados como Canadá apresentaram queda, Brasil, México e Reino Unido mostraram números fortes, compensando essas perdas
"Não vamos diminuir nosso investimento. Na verdade, de certa forma, estamos aumentando", declarou. A estratégia para compensar a diminuição de verba federal passa pelo fortalecimento de parcerias com players locais, como Disney, SeaWorld e Universal, além de empresas como o DMC Go Pegasus, de Claudia Menezes, que também participou da conversa.

Oportunidades no MICE de Orlando
Tanto Casandra como Claudia Menezes enfatizaram a grande oferta do segmento de Reuniões, Incentivos, Conferências e Exposições (MICE) em Orlando e o potencial de crescimento deste mercado no Brasil. "O MICE é uma fronteira de crescimento para Orlando. Com uma infraestrutura de 130 mil quartos de hotel, muitos deles com amplos espaços para eventos, o destino está preparado para expandir sua atuação na área", aponta Claudia Menezes.
"É uma oportunidade pouco explorada para nós e precisamos nos esforçar mais", acrescentou a CEO do Visit Orlando, indicando que o Turismo de negócios e eventos de incentivo está na mira do órgão para os próximos anos.