Filip Calixto   |   17/09/2025 11:39
Atualizada em 17/09/2025 11:48

Novas regras de vistos para o Canadá exigem mais planejamento de estudantes brasileiros

País busca reduzir residentes temporários e adota filtros mais rigorosos para estudantes

Unsplash/Hermes Rivera
Outras permissões seguem válidas, como o Visitor Visa ou eTA, indicado para Turismo, negócios ou estudos de curta duração, e o Super Visa, voltado para pais e avós de residentes, com validade de até dez anos
Outras permissões seguem válidas, como o Visitor Visa ou eTA, indicado para Turismo, negócios ou estudos de curta duração, e o Super Visa, voltado para pais e avós de residentes, com validade de até dez anos

O Canadá segue como um dos destinos mais desejados por estudantes brasileiros que buscam formação no exterior. No entanto, novas regras de imigração, a maior parte delas implementadas ainda em 2024, estão tornando o processo de obtenção de vistos mais rigoroso e exigindo maior preparo dos candidatos.

A principal mudança é a criação da attestation letter, documento emitido pelas províncias canadenses que confirma a alocação do estudante dentro da cota anual de vistos de estudo. Essa exigência vale para cursos com duração superior a seis meses e se soma ao limite nacional estabelecido de aproximadamente 360 mil autorizações de visto de estudo em 2024 - uma redução de 35% em relação ao ano anterior.

Segundo o governo canadense, a medida tem como objetivo equilibrar a chegada de estudantes internacionais à capacidade de infraestrutura daquele país, especialmente no setor imobiliário, pressionado pelo aumento populacional nos últimos anos. O Canadá também definiu a meta de que residentes temporários representem no máximo 5% da população total, o que impacta diretamente a oferta de vagas para estrangeiros.

O que muda para brasileiros

Na prática, os estudantes brasileiros precisarão se organizar melhor e iniciar os processos com antecedência. Além de comprovar capacidade financeira e proficiência em inglês ou francês (não é obrigatório ser fluente nesses idiomas), será necessário disputar espaço dentro da cota definida pelas províncias.

As novas regras também atingem os familiares. A concessão do open work permit para cônjuges - que autoriza o parceiro de um estudante a trabalhar em qualquer empresa canadense - passa a ser restrita apenas a quem estiver matriculado em programas de mestrado, doutorado ou cursos profissionais específicos.

Já o PGWP (Post-Graduation Work Permit), que permite a permanência de até três anos em solo canadense após a conclusão de cursos superiores, sofreu alterações: alunos de determinados colleges público-privados deixaram de ser elegíveis, enquanto mestrandos e doutorandos passaram a ser favorecidos.

Outras permissões seguem válidas, como o Visitor Visa ou eTA, indicado para Turismo, negócios ou estudos de curta duração, e o Super Visa, voltado para pais e avós de residentes, com validade de até dez anos.

Agências de intercâmbio e especialistas em imigração reforçam que o Canadá continua atraente por sua qualidade de ensino, segurança e oportunidades de trabalho. No entanto, o cenário é mais competitivo.

Além das regras federais, cada província canadense pode estabelecer critérios adicionais. Algumas já começaram a adotar requisitos específicos de elegibilidade, o que reforça a necessidade de atenção às particularidades locais.

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Integrante da equipe PANROTAS desde 2019, atua na cobertura de Turismo com olhar tanto para as tendências do mercado quanto para histórias que movimentam o setor. Formado em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo e também em Processos Fotográficos, formações que permitem colaborar de forma dupla com a redação - entre textos e imagens. Fora do trabalho, encontra inspiração no samba, no cinema, na literatura e nos esportes