Marcel Buono   |   25/06/2019 19:39 Atualizada em 25/06/2019 20:00

Doria cutuca Rio sobre autódromo de F1: "só a cavalo"

A declaração foi dada durante encontro em SP que contou também com a presença do prefeito da cidade, Bruno Covas, e do diretor geral da competição, Chase Carey

Após Jair Bolsonaro declarar mais uma vez que o GP Brasil de Fórmula 1 seguirá para o Rio de Janeiro, o governador de São Paulo, João Doria, voltou a rebater a opinião do presidente da República em relação ao tema. Nesta terça-feira (25), o mandatário paulista afirmou que, para chegar ao terreno proposto para a construção do autódromo, no bairro Deodoro, só é possível a cavalo.

“Não quero desmerecer, mas recomendo de uma maneira sutil: visitem Deodoro. Sobrevoem a área, vocês não vão conseguir chegar lá. Não tem estrada, só a cavalo. Façam uma visita, aluguem um helicóptero, um drone. Não estou desmerecendo. Não há nada, nem acesso, nem energia, nem saneamento”, disse Doria.

Emerson Souza
Joao Doria, governador do Estado de São Paulo
Joao Doria, governador do Estado de São Paulo
A declaração foi dada durante encontro no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, que contou também com a presença do prefeito da cidade, Bruno Covas, e do diretor geral da Fórmula 1, Chase Carey.

“A decisão não está tomada, vocês acabaram de ouvir isso do CEO da Fórmula 1. A decisão será tomada com base em análises econômicas. É um negócio poderoso, de altíssimo custo. Não de decisão política, emocional e nem institucional”, completou o governador paulista.

Um pouco antes, Chase Carey declarou que não há nada certo sobre qual cidade será sede da corrida automobilística a partir de 2021. Segundo o dirigente, as negociações estão em andamento com ambas as cidades e o contrato com São Paulo, válido até o fim de 2020, será mantido.

Divulgação
Projeto do autódromo de Deodoro, no Rio de Janeiro
Projeto do autódromo de Deodoro, no Rio de Janeiro
Em outro momento da entrevista concedida no Palácio dos Bandeirantes, João Doria defendeu a permanência da F1 em São Paulo alfinetando o Rio de Janeiro em relação a outro tema, o incêndio no Museu Nacional.

“Sabemos fazer funding com o setor privado, vide o Museu do Ipiranga e o Museu Nacional. Um está em cinzas, enquanto o outro está com R$ 220 milhões em conta”, disse o governador.

O Museu do Ipiranga, na capital paulista, está fechado desde agosto de 2013 para reformas e tem previsão de ser reaberto ao público em 2022 como parte das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil.

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