Filip Calixto   |   03/09/2025 12:09
Atualizada em 03/09/2025 16:34

Ex-ministro, Marcelo Álvaro Antonio critica falta de atenção ao Turismo 

Com ausência de Celso Sabino e à crise política no União Brasil, deputado cobra maior protagonismo

PANROTAS / Filip Calixto
Marcelo Álvaro Antônio é o presidente da Comissão de Turismo na Câmara dos Deputados
Marcelo Álvaro Antônio é o presidente da Comissão de Turismo na Câmara dos Deputados

BRASÍLIA (DF) - A abertura do 7º Fórum Clia Brasil, realizado nesta quarta-feira (3) em Brasília, ganhou contornos políticos diante da ausência do ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil). Em meio à incerteza sobre sua permanência no cargo, Sabino foi substituído no palco pela secretária executiva Ana Carla Lopes, que falou na abertura e logo teve que sair, não ficando para a fala do deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG), atual presidente da Comissão de Turismo da Câmara e ex-ministro da pasta.

O parlamentar não poupou críticas à condução federal do setor, sobretudo pela falta de prioridade dada ao Turismo dentro da equipe econômica.

"O Turismo impacta mais de 50 setores da nossa economia. É uma das grandes molas propulsoras, ao lado do agronegócio. Infelizmente, o Ministério da Economia ainda não consegue enxergar a importância do Turismo como gerador rápido e barato de emprego e renda no Brasil"

Marcelo Álvaro Antonio, o deputado federal e ex-ministro do Turismo.

Contexto político

A ausência de Celso Sabino ocorreu em meio ao desgaste da relação entre o governo Lula e os partidos do Centrão. Na véspera do evento, PP e União Brasil - sigla do ministro - anunciaram que seus filiados devem deixar cargos no Executivo, sob pena de sanções partidárias. A decisão coloca Sabino em situação delicada, podendo levá-lo a renunciar ao posto ou até ser expulso do partido caso insista em permanecer no ministério.

Medidas passadas e propostas

Marcelo Álvaro Antônio aproveitou o palco e as ausências do atual ministro e de Marcelo Freixo, presidente da Embratur, para relembrar o que considera avanços de sua gestão, entre eles a criação do programa Investe Turismo, em parceria com Sebrae e Embratur, e a implementação do projeto Revive, que buscava transformar patrimônios históricos deteriorados em oportunidades de negócios.

Destacou ainda a isenção de vistos para turistas de Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, que teria provocado um crescimento médio de 16% na entrada de estrangeiros no Brasil.

"Sempre tivemos o desafio de reduzir entraves burocráticos e facilitar licenciamento para quem quer investir. O Brasil ainda carrega muitas barreiras que travam o avanço do setor. Nosso papel deve ser justamente desburocratizar e ampliar a promoção internacional, porque cada real investido em turismo tem um retorno altíssimo para o País", afirmou.

Turismo como prioridade

Ao finalizar sua participação, o deputado reforçou a defesa de que o Turismo deixe de ser tratado como coadjuvante dentro da política econômica.

"É preciso colocar o turismo no centro da estratégia nacional, com competitividade, infraestrutura, sustentabilidade e promoção. Só assim poderemos traduzir esse potencial gigantesco em resultados concretos para empresas, trabalhadores e comunidades brasileiras", concluiu.

Antônio não citou o que os defensores do atual ministério ponderaram antes, que a indústria de viagens do Brasil vem colecionando recordes na entrada de estrangeiros e que, para este ano, tem metas ousadas e projeções que chegam a 10 milhões de turistas internacionais.


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