Filip Calixto   |   15/09/2025 13:58

Serviços e Turismo sustentam empregos, mas enfrentam riscos tributários, alerta economista

Fábio Bentes alerta para riscos da tributação e pede agenda de produtividade no país

PANROTAS / Filip Calixto
Fábio Bentes, economista sênior da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo)
Fábio Bentes, economista sênior da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo)

O economista sênior da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Fábio Bentes, participou nesta segunda-feira (15) do Fórum Nacional da Hotelaria e apresentou uma análise do cenário econômico atual, com ênfase nos segmentos de serviços e Turismo, que seguem como pilares de geração de empregos no Brasil, mas ainda sofrem pressões de custos e riscos com a reforma tributária em andamento.

"O setor de serviços é a última fronteira de oportunidades em um País de baixa produtividade. Por isso, não me parece justo que a penalização de uma reforma tributária recaia justamente sobre serviços e Turismo"

Fábio Bentes, da CNC

Serviços: motor do emprego no País

Segundo o economista, os serviços continuam liderando a geração de postos de trabalho formais, com base em dados recentes do Ministério do Trabalho. Além disso, a inflação do setor tem se mantido abaixo da média geral, um fator que contribui para a preservação do poder de compra da população.

Destaques apontados por Bentes:

  • O setor de Turismo e serviços responde por uma fatia significativa do emprego formal no Brasil.
  • A inflação do Turismo tem ficado menor do que a média nacional, o que favorece a competitividade.
  • Há espaço para crescimento, mas os custos regulatórios e tributários podem comprometer essa expansão.

Estrutura produtiva e desafios da tributação

Bentes chamou atenção para o que considera os problemas estruturais da economia brasileira, que limitam o crescimento sustentado. Entre eles, destacou a baixa capacidade produtiva e a alta tributação sobre o consumo, que já parte de uma carga nominal próxima a 28%, uma das maiores do mundo.

"Nenhum país tributa o consumo nessa faixa. É um manicômio tributário que prejudica a competitividade e atrapalha a expansão do setor de serviços", afirmou.

O economista lembrou que mudanças recentes em impostos de importação e no IOF geraram confusão no mercado, evidenciando a falta de previsibilidade do ambiente regulatório brasileiro.

Perspectivas

Na avaliação de Bentes, o Brasil precisa de uma agenda voltada ao aumento da produtividade para reduzir as oscilações conhecidas como o "voo de galinha" da economia, caracterizado por ciclos curtos de crescimento seguidos de retração.

"Se não atacarmos estruturalmente a nossa capacidade produtiva, vamos continuar nesse ciclo de altos e baixos, que compromete a geração de renda e de emprego", concluiu.

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Sobre o autor

Integrante da equipe PANROTAS desde 2019, atua na cobertura de Turismo com olhar tanto para as tendências do mercado quanto para histórias que movimentam o setor. Formado em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo e também em Processos Fotográficos, formações que permitem colaborar de forma dupla com a redação - entre textos e imagens. Fora do trabalho, encontra inspiração no samba, no cinema, na literatura e nos esportes