Serviços e Turismo sustentam empregos, mas enfrentam riscos tributários, alerta economista
Fábio Bentes alerta para riscos da tributação e pede agenda de produtividade no país

O economista sênior da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Fábio Bentes, participou nesta segunda-feira (15) do Fórum Nacional da Hotelaria e apresentou uma análise do cenário econômico atual, com ênfase nos segmentos de serviços e Turismo, que seguem como pilares de geração de empregos no Brasil, mas ainda sofrem pressões de custos e riscos com a reforma tributária em andamento.
"O setor de serviços é a última fronteira de oportunidades em um País de baixa produtividade. Por isso, não me parece justo que a penalização de uma reforma tributária recaia justamente sobre serviços e Turismo"
Fábio Bentes, da CNC
Serviços: motor do emprego no País
Segundo o economista, os serviços continuam liderando a geração de postos de trabalho formais, com base em dados recentes do Ministério do Trabalho. Além disso, a inflação do setor tem se mantido abaixo da média geral, um fator que contribui para a preservação do poder de compra da população.
Destaques apontados por Bentes:
- O setor de Turismo e serviços responde por uma fatia significativa do emprego formal no Brasil.
- A inflação do Turismo tem ficado menor do que a média nacional, o que favorece a competitividade.
- Há espaço para crescimento, mas os custos regulatórios e tributários podem comprometer essa expansão.
Estrutura produtiva e desafios da tributação
Bentes chamou atenção para o que considera os problemas estruturais da economia brasileira, que limitam o crescimento sustentado. Entre eles, destacou a baixa capacidade produtiva e a alta tributação sobre o consumo, que já parte de uma carga nominal próxima a 28%, uma das maiores do mundo.
"Nenhum país tributa o consumo nessa faixa. É um manicômio tributário que prejudica a competitividade e atrapalha a expansão do setor de serviços", afirmou.
O economista lembrou que mudanças recentes em impostos de importação e no IOF geraram confusão no mercado, evidenciando a falta de previsibilidade do ambiente regulatório brasileiro.
Perspectivas
Na avaliação de Bentes, o Brasil precisa de uma agenda voltada ao aumento da produtividade para reduzir as oscilações conhecidas como o "voo de galinha" da economia, caracterizado por ciclos curtos de crescimento seguidos de retração.
"Se não atacarmos estruturalmente a nossa capacidade produtiva, vamos continuar nesse ciclo de altos e baixos, que compromete a geração de renda e de emprego", concluiu.