Beatriz Contelli   |   04/09/2025 13:20

Como a viagem impacta o corpo? Confira dicas para mitigar efeitos e proteger sua saúde

Professor orientou os agentes de viagens a se movimentarem e hidratarem-se durante voos longos

PANROTAS / Filip Calixto
Professor Gabriel de Carvalho
Professor Gabriel de Carvalho

Jet lag, alimentação e ritmo intenso são fatores que, durante uma viagem – seja a lazer ou a trabalho – podem afetar nosso organismo. Gabriel de Carvalho, professor do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional, participou do Origens, evento da Avant Garde, para mostrar aos consultores de viagens como eles podem mitigar esses impactos.

Carvalho explica que o fuso horário, por exemplo, afeta a flora intestinal e exige que o organismo passe por um processo de adaptação. Existem estratégias nutricionais e comportamentais capazes de reduzir as horas necessárias para que o corpo entre em sintonia com o novo horário.

A preparação, segundo o especialista, pode começar ainda no embarque. Recomenda-se ingerir gotas de zinco, vitamina E, vitamina C e coenzima Q10, além de vitamina K2, astaxantina e luteína – especialmente indicadas para viajantes frequentes.

No momento da decolagem, o ideal é que o passageiro já comece a se comportar como se estivesse no horário do destino, ajustando gradualmente as refeições e os períodos de descanso. O uso de melatonina antes de dormir e vitamina D em spray pela manhã, como sinalizador de despertar, são recursos adicionais. Já durante o voo, a exposição à luz (natural ou artificial), movimentos leves e pequenas refeições ajudam a regular o organismo.

Ao chegar, o contato físico com a natureza também desempenha papel importante. Tocar o solo ou caminhar descalço sobre a grama estimula a serotonina e ajuda a regular a pressão arterial.

Mas os impactos da viagem aérea vão além da mudança de horário. O confinamento por horas em um espaço reduzido aumenta o risco de trombose e acelera o desgaste das cartilagens. O ar seco irrita as vias respiratórias e os olhos, favorecendo a entrada de vírus e bactérias, enquanto a baixa concentração de oxigênio e o ruído constante do avião contribuem para o estresse. A radiação ionizante pode estimular inflamações e a formação de radicais livres, enquanto as alterações na alimentação completam esse pacote de fatores que funcionam como um “acelerador momentâneo do envelhecimento”.

A recomendação do especialista é movimentar-se regularmente pelo avião para ativar a circulação sanguínea, usar meias de compressão, hidratar-se em pequenos goles constantes – já que grandes volumes de água são eliminados mais rapidamente – e apostar em acessórios como tampões de ouvido e máscaras de olho.

O nutricionista completa compartilhando que os agentes de viagens podem, e devem, orientar os clientes sobre essas estratégias, reduzindo os impactos do deslocamento.

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