O que move o Turismo de neve? Veja tendências do segmento que cresce no Brasil
Fornecedores e a organização da ExpoSKI destacaram o que o mercado espera dos próximos anos

O Turismo de neve vem em uma crescente no Brasil. Dados de diversos destinos apontam um aumento do interesse e da presença de brasileiros, além do potencial do mercado em crescer ainda mais. Pensando nisso, o que está movendo as viagens do turista que busca o inverno? Fornecedores e a organização da ExpoSKI destacaram as tendências do segmento e a importância para os agentes de viagens.
As tendências do Turismo de neve
O Turismo em Andorra vê um crescimento no número de brasileiros nos últimos anos, impulsionado pelas qualidades da região, que mistura o Turismo de esportes, como esqui e snowboard, com atividades de aventura, gastronomia com direito a estrela Michelin e muito mais, e pela proximidade com Barcelona.
"Andorra não possui aeroporto e o mais próximo é justamente o de Barcelona. Então o cliente brasileiro consegue combinar os dois destinos e isso gera muita atenção para o nosso País, que é muito voltado para o Turismo"
Jordi Solé, novo diretor da Agência Catalana de Turismo na América do Sul
O que Jordi comentou pode ser aplicado em um mercado ainda mais amplo: os turistas querem combinar destinos, e para Adriana Boischio, organizadora da ExpoSKI, essa é uma grande tendência do Turismo de neve para os próximos anos. "Vejo que as pessoas buscam uma viagem para um destino de neve e aproveitam para visitar uma capital", explica.
Vinicius Rossi, da SKI Brasil, destaca algumas tendências do mercado a partir da visão da operadora do TTWGroup dedicada ao Turismo de neve. "Nós recebemos cada vez mais viagens multigeracionais, pais e filhos esquiando juntos, e em destinos fora do óbvio, apesar dos queridinhos como Courchevel seguirem em evidência", diz.

Adriana também destaca que o público está buscando o que é fora do óbvio. Os fornecedores também estão atentos a isso: Chile, por exemplo, veio a ExpoSKI apresentar as estações ao sul do país, enquanto os Estados Unidos percebem a falta de conhecimento de brasileiros para além das montanhas mais famosas - o que influencia nos produtos que estão ofertados na feira. "Tem muita coisa a ser descoberta e passa por uma questão de promover também os destinos. Queremos trabalhar aqui outros lugares como Japão, na Ásia", destaca Adriana.
Por último, Adriana destaca a inclusão. "Acredito que as pessoas vão começar a trabalhar mais o esqui inclusivo a partir de uma divulgação maior. Aqui nós tivemos um workshop sobre isso e achei importante a Kangaroo destacar o tema. O brasileiro não sabe que as estações de esqui tem toda a infraestrutura para receber pessoas com deficiência, e as agências precisam ficar atentas a isso para poderem vender os produtos para famílias com PCD", diz.
Destinos destaque
É claro que a França e os Estados Unidos seguem sendo importantes polos do Turismo de neve, mas a busca por regiões alternativas tem crescido. Frederico Levy, diretor geral da Blue Papaya, aponta um estreitamento da relação da Itália com as operadoras, o que deve influenciar nas vendas para o destino através das agências.
"A Itália ainda é um destino 'fraco' para o mercado brasileiro para operadoras e agências, enquanto o público direto, no entanto, acaba consumindo bastante. Acho que nesse destino o operador tende a crescer bastante e vejo um interesse deles pelo mercado, estando aqui na ExpoSKI também", aponta.
A Olimpíada de Inverno, realizada no próximo ano em Milão e Cortina d'Ampezzo, também deve influenciar as vendas para a região. Mesmo assim, Adriana acredita que o evento beneficia a indústria num geral. "A transmissão dos Jogos faz as pessoas quererem viajar e conhecer o esqui. O visual é muito bonito e isso desperta o interesse, ajudando a divulgar outros destinos também", diz.
Os benefícios para as agências
Agências de viagens devem ficar atentas a essas tendências e entender que, ao vender Turismo de neve, só tendem a ganhar financeiramente. Adriana explica que o esqui está atrelado a muitos serviços, o que consequentemente aumenta o tíquete médio da empresa. "A agência acaba tendo um retorno maior por vender passe de esqui, escolas de esqui, serviços diversos na estação e ser comissionado por tudo isso. O ganho, então, é maior", aponta.
A dica para agências que querem entrar no ramo é conhecer a feira. "Muitas fazem a inscrição para de fato aprender, entender o que é um passe de esqui, quais estações elas atendem, como funciona, os serviços. Uma viagem de esqui não é facilmente comprada pela internet, as pessoas procuram as agências de viagens e a nossa proposta é realmente capacitar e fazer com que elas estejam aptas a vender destinos de neve", destaca Adriana.