A operadora Queensberry, em recuperação judicial desde junho passado, apresentou esta semana a alguns credores, durante uma live, uma proposta de pagamento dos valores que os passageiros haviam pago pelas viagens que acabaram sendo canceladas por causa da pandemia.

O proprietário da operadora, Martin Jensen, disse ao Portal PANROTAS que a proposta tem de ser aprovada em assembleia de credores, marcada para 11 de novembro. De acordo com ele, há poucas dívidas com fornecedores, pois já estavam pagos e as viagens da Ásia acabaram sendo canceladas ainda no começo do ano. A maior parte dos credores é de passageiros.

A proposta inclui o uso do valor já pago como crédito para próximas viagens. Cada passageiro poderia usar 20% do valor já pago para abater na nova viagem, e pagar os 80% restantes. Ele pode dar a outras pessoas esse crédito de 20% para que elas também usem em suas viagens. Por exemplo, um grupo de cinco amigos ou familiares já consumiria os 100% de crédito de um dos credores.

Segundo Jensen, a proposta está sendo bem aceita por clientes e agentes de viagens. Mas só poderá seguir adiante depois da assembleia.

“Foi um verdadeiro tsunami, um pesadelo essa pandemia para o Turismo. Já começamos a ver passageiros querendo voltar a viajar e até comprando viagens. Estou tranquilo e otimista, apesar das muitas dúvidas que existem no ar”, declarou ele por telefone, esperando que as viagens retornem até o final do ano, para que um dinheiro novo entre no caixa da empresa.

De 116 colaboradores em março, hoje a Queensberry está com 24, trabalhando com 50% de jornada e salário, e que cuidam das remarcações (houve cerca de mil cancelamentos, segundo ele), novas vendas e, depois de aprovada a proposta em assembleia, também do novo modelo de uso do crédito.

Na próxima semana, Jensen disse que será divulgada uma circular com detalhes da proposta e da assembleia.