ViagensPromo: questionadas por agentes em audiência, Abav e Braztoa se defendem
Tema é debatido em audiência pública realizada hoje em São Paulo

Durante audiência pública realizada hoje (22) em São Paulo com agentes de viagens lesados pela ViagensPromo, a agente de viagens Juliete Vales Gomes, representando o Movimento Organizado dos Agentes de Viagens (Moav), questionou a Abav e a Braztoa em relação ao caso da ViagensPromo.
"Nas assembleias anteriores realizadas em Brasília e Minas Gerais, a Abav afirmou que já sabia da situação da ViagensPromo no final de 2024 e a operadora fechou as portas neste ano. A pergunta é: por que a Abav não emitiu um comunicado aos agentes de viagens (não somente aos associados, mas ao mercado em geral), já que isso causaria um grande impacto no setor?", questiona Juliete.
"Além disso, quem conhece o mercado sabe que em 20 anos, mais ou menos, 40 empresas de Turismo quebraram. Eu gostaria de saber em relação a algumas operadoras que já eram filiadas à Braztoa na época, como a Nascimento Turismo, a Master, a Nova Operadora: por que a Braztoa também não emitiu comunicado ao mercado sobre esses casos?
Juliete também perguntou qual é o critério da Braztoa para regulamentar as novas operadoras que estão entrando no mercado e se há a possibilidade de algum fundo garantidor, algum seguro para que o agente de viagens fique seguro ao comprar de uma operadora da Braztoa.
O que diz a Abav Nacional

"Posso dizer que a Abav Nacional não tinha conhecimento formal desse problema e a primeira informação que nós tivemos foi a que veio a público, com relação a um fornecedor que teve problema financeiro com a operadora", afirma o assessor jurídico Marcelo Oliveira, da Abav Nacional. "Nós fomos conversar com o CEO da ViagensPromo, formal e oficialmente, no dia 3 de fevereiro, porque a operadora foi associada da Abav São Paulo, para questionar o que estava acontecendo"
O advogado acrescenta: "Naquele momento ele [Renato Kido] já estava inadimplente, inclusive com as obrigações estatutárias em São Paulo, e sequencialmente, por omissão. Assim como um monte de gente não recebeu resposta dele, nós também não recebemos. E obviamente houve desligamento estatutário dele", comenta Marcelo.
O que diz a Braztoa

Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa, afirmou:
"Nenhuma associação consegue entender o que está acontecendo dentro dos seus associados. Não há como ficar entrando e fiscalizando nenhum operador nosso. E o que podemos falar hoje é: não temos reclamação efetiva de nenhum dos nossos 56 operadores que tenha chegado a nosso conhecimento, de que eles não estão cumprindo com as suas obrigações"
Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa
"E com relação a tornar o caso público, a entidade não pode dar uma nota pública e falar 'a empresa X vai quebrar'. Ninguém pode vir e colocar que uma empresa vai quebrar até que ela quebre, e inclusive há o risco de você ser penalizado e a empresa falar 'eu estava bem de saúde e foi exatamente a sua fala que me colocou em uma situação ruim'".
"A Braztoa não faz fiscalização e não vai fazer. Não é papel da associação fiscalizar. Precisa ter um órgão regulatório. Vamos a Brasília falar isso. Vamos juntos no Ministério do Turismo. Estamos juntos. Para a gente, quanto mais estiver fiscalizando, regulamentando o mercado e separando os bons dos ruins, melhor para a gente, inclusive. Queremos estar com empresas boas, mas não é papel de entidade e de associação fazer isso"
Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa