Juliana Monaco   |   27/11/2019 09:00

A transformação do Turismo na virada do milênio

O início dos anos 2000 foi marcado por dois assuntos: quando a internet iria acabar com os agentes de viagens e as sucedâneas sacolejadas na aviação.


Goiaci Alves Guimarães em sua passagem pela presidência da Abav Nacional
Goiaci Alves Guimarães em sua passagem pela presidência da Abav Nacional
O temido bug do milênio não passou de um traque. Havia o medo de que à meia noite de 31 de dezembro de 1999 os computadores iriam travar, mas nada aconteceu. Já em 2000, logo em janeiro, os agentes de viagens foram para a rua defender o que parecia impossível e que já vinha se desenhando há alguns anos: as comissões pagas pelas companhias aéreas, mesmo que mínimas e naquele modelo fixo, iriam acabar. Na Abav Nacional, o presidente Goiaci Alves Guimarães, um dos maiores emissores da época com sua Rextur, liderava o movimento.

O início dos anos 2000 foi marcado por dois assuntos: quando a internet iria acabar com os agentes de viagens e as sucedâneas sacolejadas na aviação, principal insumo comercial dos agentes. No final de 2000, por exemplo, se falava da fusão da Tam com a Transbrasil; dois anos depois a fusão desenhada seria da Tam com a Varig.

No entanto, as boas vindas ao milênio viriam dramaticamente em 11 de setembro de 2001 para mudar o mundo, com impactos estruturais no Turismo. Poucas semanas depois a carioca Soletur, por anos campeã na venda de Nova York, fechava as portas. Nesse conturbado cenário, cresce a utilização da internet com o surgimento de negócios no Turismo. A “ameaça” aos agentes de viagens começava a ter nome. Dos primeiros anos do milênio, há hoje apenas o Decolar.com, que havia chegado como Despegar.com, originário da Argentina.

Quinze anos depois ninguém mais tem dúvida de que a evolução tecnológica, se deixou baixas, também indicou novos caminhos. No Governo Lula, o Turismo passa a ter um ministério para chamar de seu, sem dividir com outras áreas. O desconhecido Walfrido dos Mares Guia, vindo de Minas Gerais, é o primeiro ministro e surpreende positivamente. Na Embratur sobe Eduardo Sanovicz, a militância de esquerda do segmento. O Turismo começava bem no Planalto Central.

Só não houve monotonia nesse período do século 21. Até mesmo a Abav e seu congresso anual passaram por mudanças forçadas. A partir de 2003, optou-se por encerrar a itinerância do evento anual, que passou a ser realizado apenas no Rio de Janeiro por alguns anos. Internamente, entre as entidades, as mudanças são quase que mandatórias: a fragmentação dos anos 1970 a 1990 dá sinais de fadiga, impondo o desafio da reinvenção.

Leia a matéria na seção "Memória" (p. 18) da edição nº 1.400 da Revista Panrotas:


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