Viajar com calma: crescimento do slow travel e a busca por conexões reais; artigo
Clayton Araújo, executivo comercial da Europamundo, mostra como o conceito se consolida como tendência

Com foco em experiências mais autênticas e conexões profundas com os destinos, o conceito de slow travel vem se consolidando como uma tendência de comportamento no Turismo internacional.
Na Europamundo, esse modelo de viagem — com roteiros mais longos em menos cidades — já representa 53% das vendas em 2024, frente aos 44% registrados em 2023. A operadora, que iniciou esse portfólio em 2015, hoje oferece mais de 120 circuitos no formato, atendendo a um perfil de viajante que busca menos deslocamentos e mais vivências locais.
Em artigo, o executivo Comercial da Europamundo no Brasil, Clayton Araújo, fala mais sobre o conceito e como o viajante mudou. Confira a seguir.
"Quando menos é mais: Como o slow travel vem redefinindo o Turismo
Por que viajamos? Por que sentimos esse impulso de cruzar fronteiras, atravessar oceanos e sair do nosso lugar no mundo? A resposta parece mais clara do que nunca: viajamos para colecionar memórias. Viajar deixou de ser uma corrida para “carimbar” passaportes e acumular fotos nas principais atrações turísticas do mundo. Cada vez mais, os viajantes buscam por experiências autênticas, vivências profundas e uma conexão real com os destinos.
É essa filosofia que dá sentido ao conceito de slow travel — um jeito de viajar que convida a desacelerar, a olhar com mais profundidade, a se permitir sentir o destino e não apenas passar por ele. Nos últimos anos, o turismo mudou profundamente o que levou boa parte das pessoas a trocar a maratona de cidades por roteiros que priorizam mais tempo de qualidade em menos destinos.
Essa mudança de comportamento reflete uma evolução no perfil dos viajantes, especialmente entre as novas gerações, que já tiveram a oportunidade de visitar as capitais europeias e hoje buscam algo diferente. O slow travel também é uma escolha natural para viajantes mais experientes que desejam revisitar os destinos que já conhecem de forma mais profunda, retornando aos lugares que amaram com outro olhar.
O slow travel não é só uma forma de viajar. É uma opção para quem entende que não são os quilômetros percorridos que fazem uma viagem ser incrível, mas os momentos vividos em cada esquina. Imagine, por exemplo, ter um dia inteiro livre para se perder pelas ruas de Praga, absorver a música de Viena sem pressa ou se apaixonar pelas luzes de Budapeste quando a noite cai, sem a pressão de embarcar para o próximo destino.
Na Europamundo, entendemos essa mudança muito antes de ela se tornar tendência. Desde 2015, desenhamos roteiros pensados para quem deseja viver a essência de um determinado lugar. Começamos com a oferta de seis roteiros nesses padrões, focados em destinos na Espanha e Portugal. Hoje, a oferta de circuitos slow travel soma mais de 120 roteiros espalhados pelo mundo — da Europa à Ásia, passando por México, Cuba, Alemanha, Coreia do Sul, China e Japão— e segue crescendo.
Vale reforçar, entretanto, que os modelos convencionais, com vários destinos combinados em poucos dias, ainda atendem a uma parcela importante de consumidores. Eles seguem na prateleira, mas já não são mais a única opção de circuito turístico. Basta olhar para a oferta da Europamundo para entender que o crescimento na busca de roteiros regionais que seguem a lógica do slow travel, é expressivo. Em 2023, a demanda foi de 44% e, em 2024, esse número subiu para 53%. Tudo indica que o futuro é ainda mais slow, mais consciente e mais conectado.
O slow travel não é sobre luxo. É sobre valorizar o que realmente importa na viagem: o seu tempo, a sua vivência, a sua conexão com o mundo. E foi nos aprofundando nesse desejo dos viajantes que criamos roteiros ainda mais personalizados, em veículos privativos e guiados por especialistas que conhecem cada cantinho do destino. Esses circuitos viabilizam experiências que não caberiam nos circuitos tradicionais, onde ônibus não entram, como a experiência de dormir em uma fazenda com apenas sete quartos na Galícia, provar vinhos diretamente dos vinhedos da Toscana, explorar cidades históricas no Japão, vilas medievais na China ou acessar regiões naturais remotas.
Antes de embarcar nessa aventura, é importante pensar no que você realmente deseja para a sua viagem. Quer conhecer o máximo possível de destinos, mesmo que isso signifique passar parte do tempo na estrada? Então, o melhor é optar por um circuito tradicional. Mas se a intenção é viver o destino, aproveitar o tempo livre e mergulhar na cultura — então o slow travel é, sem dúvida, a sua melhor escolha.
O fato é que o turismo mudou. O viajante mudou. "
* Clayton Araújo é executivo comercial da Europamundo no Brasil