Pedro Menezes   |   28/10/2025 13:44
Atualizada em 28/10/2025 14:54

CEO da Latam defende tarifa sem mala de mão e diz que Brasil caminha na contramão global

Para Jerome Cadier, em artigo na Folha, proibir esse tipo de tarifa limita o desenvolvimento do setor


PANROTAS / Emerson Souza
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil

A introdução de uma nova tarifa aérea que não inclui a mala de mão gerou uma grande polêmica no setor aéreo brasileiro. Segundo o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, a modalidade, chamada de Basic, representa apenas mais uma opção de compra para passageiros que viajam com poucos pertences e desejam pagar menos.

O executivo, em artigo na Folha de S. Paulo, fez questão de explicar que a tarifa Basic se destina a quem leva apenas uma mochila de até 10 quilos acomodada sob o assento, sem utilizar os bagageiros superiores da cabine. Segundo ele, para esses clientes, o valor do bilhete seria menor do que o praticado hoje na tarifa light, a mais baixa disponível nos voos domésticos brasileiros e que continua permitindo a mala de mão tradicional com rodinhas.

"Muitos estão confundindo a criação de mais uma opção para os passageiros com corte de direitos, como se estivessem 'cobrando pela mala de mão'. A tarifa basic é mais uma opção, em adição ao que existe hoje. Ela já foi implantada em todos os países desenvolvidos e nos nossos vizinhos da América Latina. É mais barata que a primeira tarifa disponível (a tarifa light) e não tira nenhum direito assegurado pela legislação brasileira"

Jerome Cadier, em artigo na Folha de S. Paulo

Ele lembra que o modelo já está implantado na maior parte dos mercados desenvolvidos e em países vizinhos da América do Sul, onde o crescimento das companhias low cost se apoia justamente na desagregação de serviços da passagem aérea, como despacho de bagagem, seleção de assento, alimentação e embarque prioritário.

Mais vantagens da nova tarifa, segundo o CEO

  • Para Jerome, proibir esse tipo de tarifa limita o desenvolvimento do setor. Embora a demanda no Brasil tenha crescido 5% em 2024, o volume ainda está apenas 1% acima do registrado em 2014. No mesmo período, o tráfego aéreo mundial subiu 29%. O país também conta hoje com menos empresas do que em 2012
  • Segundo o CEO, permitir tarifas mais baixas ajuda a estimular o mercado, atrair novos viajantes e ampliar a oferta de voos e destinos. A cobrança diferenciada, acrescenta, já está embutida no valor atual das passagens, fazendo com que até passageiros que não levam mala de mão de rodinhas paguem por esse serviço.
  • Outro benefício apontado pelo CEo da companhia seria a melhoria no fluxo de embarque e desembarque e no uso do bagageiro da cabine, reduzindo disputas por espaço. Ele lembra que, em países como o Chile, mais de metade dos passageiros já opta pela tarifa Basic.

"As empresas do mundo inteiro (aqui inclusive) sempre cobraram pelas bagagens, despachadas ou não. A real discussão é se somos mais justos, e cobramos de quem leva e não cobramos de quem não leva, ou se cobramos de todos de forma igual, independentemente se estão carregando várias malas ou nenhuma"

Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, em comunicado oficial

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Sobre o autor

Natural do Rio de Janeiro, Pedro Menezes é bacharel em Comunicação Social/Jornalismo e atua há 12 anos na imprensa especializada em Turismo. Atualmente, é editor do maior portal brasileiro voltado a profissionais do setor, com base em São Paulo. O jornalista tem experiência em cobertura nacional e internacional de feiras, congressos e eventos, além de pautas de política e economia ligadas ao Turismo.