Guilherme Paulus cita 8 tendências que vão moldar o Turismo até 2030
Segundo ele, as marcas mais marcantes do século XX e XXI não são as que gritam, mas as que tocam

O empresário fundador da CVC e proprietário do Castelo Saint Andrews, Guilherme Paulus, participou de um café da manhã para agentes de viagem de Santa Catarina, realizado em Florianópolis. Na ocasião, Paulus compartilhou não apenas números ou tendências, mas uma filosofia. Em sua apresentação, Paulus defendeu que a verdadeira diferenciação das marcas vem de sua capacidade de gerar experiências emocionais autênticas.
“Emoção, memória e significado.” Esses foram os três pilares repetidos com convicção pelo empresário. Durante a palestra, ficou claro que Paulus não enxerga elegância como ostentação. “Não é sobre mostrar riqueza. É sentir. É perceber o ambiente com todos os sentidos — visão, audição, olfato, tato e paladar — e transformar essa percepção em prazer, acolhimento, memória duradoura”, pontuou.
Segundo ele, as marcas mais marcantes do século XX e XXI não são as que gritam, mas as que tocam. O empresário reforçou ainda que o comportamento contemporâneo deixou para trás a ostentação explícita. Hoje, ele se conecta à intenção, à beleza silenciosa e à experiência sensorial genuína.
O evento também destacou a necessidade de maior investimento em experiências com identidade, sensorialidade e propósito. Paulus finalizou com um lembrete: “As pessoas esquecem o que você vendeu, mas não esquecem como você as fez sentir.” No turismo, talvez mais do que em qualquer outro setor, o futuro pertence a quem souber emocionar com verdade.
As 8 tendências que vão moldar o turismo até 2030
1. Agentes de IA
Ferramentas de inteligência artificial deixarão de ser apoio pontual e se tornarão companheiras constantes do viajante: do planejamento à personalização da experiência, passando por traduções em tempo real, concierges digitais e sugestões hipercontextualizadas.
2. Multidestinos
Com a crescente digitalização e flexibilidade de voos e hospedagens, roteiros que incluem diferentes cidades — muitas vezes começando e terminando em aeroportos distintos — vão se popularizar, estimulando o turismo regional e internacional simultaneamente.
3. Bem-estar como motivação
O foco deixa de ser apenas “descansar” e passa a incluir a busca ativa por melhora da qualidade de vida. Retornos ao essencial, programas de descompressão emocional, sono restaurador e alimentação equilibrada ganham status de motivação primária para a viagem.
4. Feedbooking
As redes sociais se consolidam como vitrines de desejo e canais de reserva. O influenciador se torna também curador e vendedor. Plataformas como Instagram e TikTok são hoje, mais do que nunca, ferramentas de pesquisa e decisão.
5. Viagens virtuais
Realidade aumentada, experiências em 4D, concierges holográficos e simulações sensoriais mudarão o modo de apresentar um destino, oferecendo degustações imersivas que funcionam como “degustação” para o presencial.
6. Turismo fora da rota
O novo viajante quer fugir do óbvio. Cidades pequenas, comunidades remotas, regiões agrícolas ou com rica cultura ancestral tendem a se destacar. A exclusividade deixa de ser sinônimo de luxo apenas pelo valor — e passa a ser medida pelo acesso e intimidade com o destino.
7. Roteiros espirituais
Meditação, silêncio, genealogia, autoconhecimento e reconexão com o natural formam o alicerce de uma das tendências mais simbólicas do momento. Viajar para dentro — ainda que cruzando oceanos.
8. Fidelidade emocional
No lugar de programas de milhagens, entra em cena a personalização — feita por humanos ou IA. A fidelidade passa a ser emocional: quem entrega melhor experiência, conforto e relevância, conquista.
“Encantar é mais do que surpreender. É fazer sentido. E isso exige sensibilidade, contexto e autenticidade”
Guilherme Paulus