Segundo o estudo “Winning Food & Drink Occasions Out-of-Home”, publicado pela Kantar, enquanto o índice global de gastos com alimentos e bebidas não alcoólicas fora de casa cresce, no Brasil a tendência é contrária. Dentre os dez países analisados pela consultoria, considerando China, França, Indonésia, México, Portugal, Espanha, Tailândia, Reino Unido e Vietnã, apenas o Brasil mostrou retração em tal modalidade de consumo.

Entre 2017 e 2018, os pedidos fora de casa avançaram 6,7% em Portugal, 5% na Indonésia e 4,6% no Reino Unido, sendo que o último registrou 40% de crescimento nas plataformas de delivery. Enquanto isso, no Brasil, a queda foi de 3,4%, com as compras Out of Home (OOH) representando 52% dos gastos com alimentos e bebidas. Globalmente, tal taxa é de 58,5%.

Segundo a pesquisa, o momento atual do País, caracterizado por crise econômica, instabilidade política, aumento do desemprego e do endividamento, colabora para os resultados obtidos. "Apesar de estarem consumindo menos fora de casa, os brasileiros fazem escolhas em busca de indulgência", comentou a diretora de Marketing e Insights da Kantar, Giovanna Fischer.

Um exemplo deste comportamento é o aumento do consumo de categorias como as geralmente pedidas em fast food. O hambúrguer ganhou 11% em volume de compra e 13% em valor no período entre 2018 e 2019, especialmente na classe DE e com donas de casa mais jovens, de até 34 anos.

Os brasileiros também não abriram mão de consumir refrigerantes durante suas refeições. A categoria é a segunda mais promissora entre as bebidas OOH, ficando atrás apenas do café. De acordo com a Kantar, a bebida avançou 4,7% globalmente entre 2017 e 2018, principalmente devido a dois mercados: Brasil e México.