Juliana Monaco   |   05/10/2020 11:52

Turismo brasileiro tem prejuízo de R$ 208 bilhões em 7 meses

O setor perdeu 49,9 mil estabelecimentos de março a agosto, o equivalente a 16,7% do número pré-pandemia


Unsplash/Stefan Fluck
O Turismo é o setor mais afetado pela crise em relação ao volume de receitas e empregos
O Turismo é o setor mais afetado pela crise em relação ao volume de receitas e empregos
A crise provocada pela pandemia de covid-19 fez com que o Turismo perdesse 49,9 mil estabelecimentos entre março e agosto deste ano, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O saldo negativo no período equivale a 16,7% do número de unidades ofertantes de serviços turísticos verificado antes da pandemia. Até o fim de 2020, a entidade projeta um saldo negativo de 42,7 mil estabelecimentos. A pesquisa da CNC ainda revela que, em sete meses, o Turismo no Brasil perdeu R$ 207,85 bilhões.

Embora estabelecimentos de todos os portes tenham sido afetados, os que mais sofreram perdas foram os micro (-29,2 mil) e pequenos (-19,1 mil) negócios. Regionalmente, todos os Estados registraram redução, com maior incidência em São Paulo (-15,2 mil), Minas Gerais (-5,4 mil), Rio de Janeiro (-4,5 mil) e Paraná (-3,8 mil). Em relação aos segmentos, todos registraram saldos negativos nos últimos seis meses, com destaque para os serviços de alimentação fora do domicílio (-39,5 mil), os de hospedagem em hotéis e pousadas (-5,4 mil) e de transporte rodoviário (-1,7 mil).

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a maior parte das atividades que compõem o Turismo segue ainda sem perspectiva de recuperação significativa nos próximos meses, principalmente em razão do caráter não essencial do consumo desses serviços. "A aversão de consumidores e empresas à demanda, somada ao rígido protocolo que envolve a prestação de serviços desta natureza, tende a retardar a retomada do setor", ressalta.

EMPREGOS E RECEITAS

Com menos estabelecimentos, o Turismo também sofreu em relação à empregabilidade. Em seis meses de pandemia, foram eliminados 481,3 mil postos formais de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). "A destruição destas vagas representou uma retração de 13,8% no contingente de pessoas ocupadas nessas atividades. E na média de todos os setores da economia, a variação relativa no estoque de pessoas formalmente ocupadas cedeu 2,6%", explicou o economista responsável pela pesquisa, Fabio Bentes.

O faturamento do setor apresentou queda de 56,7% até julho, em relação à media verificada no primeiro bimestre. Os números referentes ao volume de receitas evidenciam que o Turismo tem sido o setor mais afetado pela queda do nível de atividade ao longo da pandemia, sobretudo quando comparado ao volume de vendas do comércio varejista (-1,6%), da produção industrial (-5,6%) e do setor de serviços como um todo (-13%).

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