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Juliana Monaco   |   09/11/2020 17:25   |   Atualizada em 09/11/2020 18:51

Mulheres se unem para ampliar presença feminina no Turismo

O Movimento Mulheres do Turismo em Rede realiza sondagens com representantes de todos os segmentos no País


Emerson Souza
Mariana Aldrigui, uma das organizadoras do movimento Mulheres do Turismo em Rede
Mariana Aldrigui, uma das organizadoras do movimento Mulheres do Turismo em Rede
O movimento Mulheres do Turismo em Rede foi criado, oficialmente, em julho de 2020, após a realização do encontro Women in Travel durante a WTM 2019, ocasião em que, segundo as coordenadoras, ficou evidente a demanda por mais espaços de discussão sobre o papel das mulheres no setor. As organizadoras do movimento - Ana Clévia Guerreiro, Mariana Aldrigui e Marianne Costa - entenderam ser possível definir as bases de atuação e convidar mais mulheres para a rede, buscando inicialmente coletar dados sobre as características das envolvidas e, posteriormente, compartilhar as ações e responsabilidades para ampliar o alcance do movimento.

"Em diferentes circunstâncias e em praticamente todos os lugares do Brasil, fica cada vez mais evidente a necessidade de maior equilíbrio na composição de grupos, equipes, bancadas, listas de palestrantes, membros de conselhos ou qualquer outro tipo de reunião de pessoas. Particularmente no Turismo predominam homens brancos e há pouca disposição para novos rostos e ideias. Se pudermos contribuir com a sugestão de novos nomes, já teremos um avanço", ressalta Mariana Aldrigui.

A primeira pesquisa realizada pelo Mulheres do Turismo em Rede revelou que as mulheres trocaram informações sobre a criação do movimento principalmente por WhatsApp (55%), seguido do Linkedin (17%) e Facebook (15%). O fato de o Linkedin aparecer em segundo demonstra, segundo análise do grupo, a vinculação profissional dos contatos, ainda que esta não seja a rede mais utilizada no Brasil. Isso permitiu ainda que as brasileiras que atuam no Turismo, mas residam fora do País, também integrem a rede.
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Ana Clévia Guerreiro
Ana Clévia Guerreiro

"Meu desejo é que a rede inclua o maior número possível de mulheres do setor, de todos os estados, que atuem em todas as funções, e que possamos contar com a experiência de cada uma delas, compartilhando dúvidas, ideias, oferecendo sua contribuição, pois só assim é que cresceremos, juntas", diz Ana Clévia Guerreiro.

A rede já conta com mulheres nascidas entre 1933 e 2005 e a maior concentração é de nascidas nas décadas de 1980 (33,4%), 1970 (22,5%) e 1990 (20,6%). Por enquanto, as mulheres residentes na região Sudeste são maioria (53%), seguidas das que residem no Nordeste (21%). Enquanto 47% das integrantes responderam que estão casadas, 51% estão solteiras ou separadas. Das entrevistadas, 67% se declararam brancas, 21% pardas, 8% pretas, 3% amarelas e menos de 1% indígenas.

Em relação à vida profissional, as mulheres da rede demonstram ser qualificadas formalmente, já que 36% têm curso superior completo, 32% têm pós-gradução, 14% têm mestrado, 5% têm doutorado e 11% têm superior incompleto. Ainda assim, a remuneração média é baixa, uma vez que a maioria (31,2%) das mulheres ganha entre dois a cinco salários mínimos, enquanto 20,4% ganham entre cinco a dez salários; 16,4% até dois salários; 12,1% dez ou mais salários; e 12,7% não possuem renda. Além disso, 68% responderam estar em atividade em 2020, enquanto 24% perderam seu emprego neste ano e 7% não estão em atividade por conta da aposentadoria.

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Marianne Costa
Marianne Costa

"O empreendedorismo feminino no Turismo é bastante evidente, por diferentes razões, mas especialmente porque as mulheres tendem a buscar alternativas dentro de suas competências, mesmo quando não têm uma qualificação formal – que será buscada posteriormente, mediante as necessidades e desafios. Mulheres empreendedoras demonstram uma força contagiante, e nós queremos dar espaço para que elas compartilhem suas histórias e inspirem outras mulheres!", destaca Marianne Costa.

No começo do ano, outras executivas do setor, se uniram e criaram a MUST. Conheça.

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