Artur Luiz Andrade   |   07/04/2021 14:11 Atualizada em 07/04/2021 14:17

Executivos c-level estão otimistas com cenário pós-vacinação

Cenário deve aumentar investimentos e contratações e reaquecer a economia


Marcelo Camargo/Agência Brasil
Comércio em São Paulo
Comércio em São Paulo
A pesquisa da BRAngels, HSM-Learning Village e FirstCom “Cenário Econômico Pós-Vacina: o que podemos esperar dos negócios?”, realizada com 320 participantes c-level, mostra que sete em cada dez profissionais do alto escalão estão otimistas com cenário econômico após imunização coletiva. E 78,5% investiriam em imunizar funcionários caso fosse liberada a compra de vacinas. Para os respondentes a aceleração da vacinação é a principal medida a ser adotada para retomada dos negócios e do crescimento econômico do País.

Para 76,9%, a perspectiva de o País alcançar a imunidade coletiva irá aquecer o mundo dos negócios, demonstrando um forte otimismo com a retomada econômica; 17,63% acham que não irá melhorar, nem piorar e apenas 5,45% afirmam estar pessimistas. Além da vacinação, a reforma tributária (17,25%) e a reforma administrativa (6,39%) também são apontadas como medidas essenciais para um futuro mais promissor.

"Nossa pesquisa mostra que os empresários estão otimistas com o cenário pós-vacina. A vacinação é vista como principal fator para que o funcionamento pleno das companhias e a volta dos investimentos se torne uma realidade o mais rápido possível", constata o CEO da HSM e co-CEO da SingularityU Brazil, Reynaldo Gama.

Unsplash/Standsome Worklifestyle
INVESTIMENTOS

Os investimentos feitos pelos executivos no mercado financeiro devem ganhar maior tração quando a pandemia recuar e poderão ser de maior risco se os juros seguirem uma curva de queda, aponta o estudo. Apenas 8,2% dos entrevistados afirmam que não pretendem investir futuramente, mesmo com uma expectativa de melhora da economia.

Quando questionados se estariam dispostos a fazer investimentos mais agressivos, caso o cenário seja de juros mais baixos, 68,7% responderam que sim. Em uma pergunta na qual podiam assinalar até três opções, as principais áreas apontadas foram a Bolsa de Valores (55,29%), seguida por investimento-anjo (47,12%), fundos de venture capital (37,5%) e fundos imobiliários (35,1%).

"Nos surpreendeu, particularmente, o grande interesse pelo investimento-anjo e os fundos de venture capital, uma clara demonstração que os executivos do alto escalão estão cada vez mais preocupados com o desafio de se conectar com a inovação. A tendência é vermos uma escalada de investimentos em startups e negócios disruptivos para manter a competitividade em um novo mercado no qual já não cabe atuar com velhos modelos que se tornaram totalmente obsoletos, especialmente depois da pandemia", assinala o CEO do BR Angels, Orlando Cintra.

CONTRATAÇÕES
Entre as lideranças de empresas participantes da pesquisa, 53,3% pretendem contratar novos colaboradores depois da vacinação, enquanto apenas 2,2% consideram fazer demissões. As funções em que deverá haver maior demanda são comercial e vendas, tecnologia, comunicação e marketing, além das voltadas para inovação.

Apesar da ampla adoção do home-office durante a pandemia, esse modelo de trabalho não deverá ser o preferido no pós-pandemia, ao menos de forma integral. Apenas 7% dos entrevistados afirmaram que suas empresas pretendem manter o trabalho somente em casa. O modelo híbrido, que combina períodos de atividade presencial com períodos de home office, é apontado por 78,8% dos entrevistados como o ideal.

"Ficou claro que o home office continuará sendo uma alternativa para muitas empresas, porém oito entre dez responderam que ainda sentem a necessidade do trabalho presencial intercalando com dias na residência. Isso poderá significar um reaquecimento do mercado imobiliário corporativo", analisa Luis Claudio Allan, CEO da FirstCom Comunicação.

O levantamento foi realizado durante março de 2021 e coletou respostas de 320 empresários e executivos de alto escalão de empresas de segmentos variados, como indústria, varejo, serviços, startups e ONGs.

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