Braztoa amplia atuação no receptivo internacional com apoio da Embratur
Com cooperação técnica, entidades esperam impulsionar o segmento de incoming no Brasil

A Braztoa e a Embratur assinaram, em abril deste ano - durante a WTM Latin America -, uma cooperação técnica (ACT) para impulsionar o Turismo receptivo internacional. A ideia é potencializar a promoção turística dos produtos, destinos e serviços brasileiros no mercado internacional.
Nesta terça-feira (29), acontece, no Rio de Janeiro, o primeiro evento dedicado a DMCs, numa forma de aproximação deste público e de apresentação da nova parceria.
"A cooperação técnica da Braztoa com a Embratur visa uma agenda de ações ao longo de dois anos. Nossa ideia é renovar e dar continuidade após o período, mas o que está traçado é uma parceria trabalhada em cinco eixos: estratégia e mercado; inteligência de dados; qualificação e capacitação; eventos; e promoção e apoio a comercialização"
Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa
Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa, destacou ao Portal PANROTAS que a parceria com a Embratur será trabalhada em cinco eixos principais. Entenda como funcionará abaixo:
Cinco eixos que permeiam a cooperação técnica de Braztoa e Embratur

Estratégia e mercado
“Vamos olhar para o que que está acontecendo com esse mercado de receptivo internacional e que estratégias podemos colaborar com a Embratur para sermos mais assertivos", explicou Marina. A ideia é realizar um alinhamento com os operadores que estão atuando e entender quais são os mercados prioritários e mercados crescentes.
Inteligência de dados
Embratur e Braztoa trabalharão juntas no compartilhamento de dados. A entidade que representa as operadoras no Brasil irá contribuir com um olhar interno, apresentando os mercados em destaque, onde estão os gargalos e outros insights importantes. Do outro lado, a agência de promoção irá auxiliar com uma base sólida de informações que deve auxiliar os operadores a trabalhar melhor seus produtos.
“A Embratur irá compartilhar seus estudos com a Braztoa para que a gente possa comunicar melhor aos operadores e entender mais sobre esses mercados. Com uma base sólida de informações, podemos ajudar a desenvolver melhores produtos e ter uma entrega melhor para empresas que estão vendendo para fora”, destacou Marina.
A Braztoa, como citado, também atuará nessa frente, compartilhando os insights das operadoras brasileiras. “A gente irá auxiliar apresentando informações como: quais são os principais mercados, o que está movimentando as vendas, o que é mais consumido e quais os desafios e questões que precisamos olhar com atenção para melhorar resultados e termos uma melhor eficácia”, explicou.
Qualificação e capacitação
Outra frente que a cooperação técnica irá atuar é na qualificação dos profissionais, tanto com as operadoras no Brasil quanto com empresas de fora. “Elas irão ajudar de alguma forma nessa qualificação para atender melhor os mercados que estão vindo e para que as agências e operadoras de fora vendam melhor o Brasil”, disse Marina.
Eventos
Segundo Marina, os operadores de fora muitas vezes não sabem como vender Brasil. A ideia com a cooperação é que nos eventos em que a Embratur esteja presente seja feita essa conexão e apresente também os operadores brasileiros.
"Estamos fazendo um trabalho para incentivar os operadores a estarem nos estandes, levando esse contato final para o operador, ajudando eles, inclusive, a direcionar esforços para os principais eventos", explicou Marina.
Promoção e apoio a comercialização
Por fim, a Braztoa e a Embratur esperam estruturar melhor as vendas, para que a comercialização aconteça. "Nós como entidade e agência não vendemos nenhum produto, não estamos na comercialização. Nosso trabalho é criar um ambiente de fato propício e positivo para que essa comercialização aconteça", disse.
Abertura e ampliação de foco na Braztoa
Marina também explicou ao Portal PANROTAS como a entidade vem trabalhando esse novo foco, ampliando sua atuação sem deixar de lado o propósito inicial de apoiar as operadoras brasileiras.
"A Braztoa sempre teve seu trabalho voltado para o emissivo e para o lazer. Nós temos empresas de diversos segmentos, como corporativo, incentivo e até incoming, mas não tínhamos uma representação focada nesse receptivo internacional", destacou Marina. No trabalho do dia a dia da entidade, portanto, a pauta não era prioridade: ao avaliar leis brasileiras, por exemplo, o esforço não era direcionado a esses segmentos.
A mudança foi provocada, segundo a presidente executiva da Braztoa, pelo momento vivido no receptivo internacional.
"Nós fomos provocados pelo cenário e pelos números que a Embratur vem divulgando. Além disso, entendemos que havia um brecha no mercado e que o incoming brasileiro não estava sendo, de fato, representado, o que acontece na contramão da crescente de estrangeiros no Brasil"
Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa
Marina também destacou que as DMCs podem - e sempre puderam - se associar à Braztoa. A diferença é que, agora, um comitê dedicado está sendo instalando na entidade. "Essa aproximação e abertura da Braztoa convida as DMCs que querem estar embaixo de um coletivo, de um guarda-chuva maior e mais organizado, com representatividade e um local que se identifiquem, que possa responder aos anseios e necessidades dessas empresas", continuou.
A agenda da Braztoa em 2025

O olhar mais “imediato” da Braztoa neste segundo semestre é sua convenção anual, que reunirá associados de 23 a 27 de setembro em Córdoba, na Argentina. É neste encontro que a associação pretende avaliar formalmente o ano de 2025. "É lá, também, que pretendemos desenhar e planejar as estratégias para 2026", destacou Marina.
Além disso, a Braztoa segue com sua agenda anual dedicada a regulamentação. A entidade trabalha todos os anos para formar um ambiente legislativo competitivo e sustentável para o negócio das operadoras.
"A reforma tributária vem ocupando bastante a agenda deste ano, mas também acompanhamos uma série de outras leis que podem impactar ou prejudicar o setor. Não adianta fazer todo um trabalho de mercado positivo, que se prepara para uma demanda alta por viagens, se não têm regulamentações que mantenham esse ambiente favorável para tudo isso se concretizar"
Marina Figueiredo, presidente executiva da Braztoa
A agenda de sustentabilidade também segue sendo priorizada a alguns anos. Além do Prêmio de Sustentabilidade, as atenções da entidade também se voltam para COP30, que acontece esse ano em Belém. "Acreditamos que a COP30 deve jogar uma luz nesse assunto, fazendo com que o tema tenha mais atenção no mercado. A pauta deve ocupar boa parte das discussões e da atenção no Brasil", finalizou Marina.