Filip Calixto   |   07/03/2022 11:31

Buser atribui criação de fake news ao Grupo Guanabara

O TJSP identificou a origem de postagens com falsas notícias sobre a startup de mobilidade

A Justiça estadual de São Paulo, provocada por uma ação movida pela Buser, identificou o autor de uma notícia falsa, divulgada em redes sociais, vinculando a startup à promoção de viagens feitas de forma clandestina pelo Brasil. A postagem mostrava a foto de um ônibus em chamas, com um falso comunicado atribuído à Buser, dando a entender que a companhia estava envolvida no acidente. O trabalho de investigação descobriu que a publicação foi feita a partir de um usuário de e-mail corporativo de uma das empresas do Grupo Guanabara, que tem o Expresso Guanabara como uma de suas marcas.

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Após a identificação, a Buser conseguiu que a Justiça determinasse a retirada da postagem das redes sociais
Após a identificação, a Buser conseguiu que a Justiça determinasse a retirada da postagem das redes sociais
Após a identificação, a Buser conseguiu que a Justiça determinasse a retirada da postagem das redes sociais e ainda emitiu um comunicado salientando a origem da fake news.

"Os documentos comprovam que os acessos aos perfis foram feitos de dentro da sede da Expresso Guanabara ou por celulares ou diretamente das residências de pessoas com ligação com a empresa", reforça a Buser, em nota divulgada hoje (7).

A startup lembra ainda que a companhia de onde saiu a postagem falsa pertence à família Barata, que controla o transporte de passageiros em muitos Estados e no Rio de Janeiro tem como líder o empresário Jacob Barata Filho, chamado de “Rei do Ônibus”.

A montagem com a foto de um ônibus da Buser pegando fogo foi publicada nas redes sociais com a legenda: “Informamos que nosso veículo incendiou-se (sic) ontem, 12 de fevereiro, na Bahia. Foram registrados apenas prejuízos materiais. Daremos todo suporte aos passageiros prejudicados. Atenciosamente, Equipe Buser”.

Essa postagem deu início a todo o processo que correu na 8ª Vara Cível de São Paulo e acabou indo parar nas mãos dos desembargadores do TJSP.

Durante a coleta de informações, as operadoras identificaram que os dados correspondem à empresa Expresso Guanabara S/A, CNPJ 31.4550.112/0001-01, localizada na Rodovia BR-116, nº 700, Aerolândia, Fortaleza - Ceará. Também foram identificados os seguintes e-mails cadastrados no sistema: rodrigo@expressoguanabara.com.br; flavio.bandeira@guanabaraholding.com.br; informatica@expressoguanabara.com.br; contasapagar@expressoguanabara.com.br; claudecy@expressoguanabara.com.br; cpd@expressoguanabara.com.br. Outro documento aponta que um dos proprietários do telefone celular de onde partiram acessos está cadastrado em nome de Rodrigo Mont’Alverne, gerente de marketing da Expresso Guanabara.

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A postagem falsa motivou a ação do grupo Buser na justiça paulista
A postagem falsa motivou a ação do grupo Buser na justiça paulista
Com esses dado em mãos, a Buser já informou que vai processar civil e criminalmente todos os responsáveis pela divulgação da fake news.

"Não foi a primeira vez que as velhas viações de ônibus, que formam um oligopólio que dominou o setor de transporte de passageiros por décadas, utilizaram-se de fake news para tentar impedir o crescimento da Buser. A Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros), entidade que reúne as maiores empresas de ônibus do País, publica sistematicamente artigos recheados de informações inverídicas contra a concorrente digital, que já ingressou na Justiça com ações por difamação", conclui a representação da startup.

O OUTRO LADO
Procurado pela reportagem da PANROTAS, o Grupo Guanabara enviou uma nota oficial comentando todo o caso. Veja a seguir.

"O Grupo Guanabara não teve acesso ao teor da ação judicial e, por isso, não tem condições de se manifestar a respeito.

Chama a atenção, entretanto, que a ação seja proposta pela Buser logo após a empresa ter sido proibida de operar justamente no Ceará por decisão da 7ª Vara da Fazenda Pública (SEJUD 1º Grau) por transporte ilegal e irregular.

Esta não é uma decisão isolada. A Buser tem enfrentado sucessivas derrotas na Justiça em todo o país. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por exemplo, já determinou à ANTT a adoção de medidas eficazes para evitar a ilegal e enganosa operação da empresa. A 2ª Vara Federal do Distrito Federal quintuplicou a multa por dia contra a Buser por descumprimento de uma decisão proibindo a empresa realizar viagens e oferecer passagens em circuito aberto de partidas e chegadas do DF. O descumprimento sucessivo de ordens judiciais já levou a Décima Vara Cível de Vitória (ES) a determinar o bloqueio de R$ 45,3 milhões da empresa.

O Grupo Guanabara reforça o seu compromisso com governança, transparência e com o transporte de qualidade, dentro dos maiores padrões de segurança e da Legislação Brasileira e se coloca à disposição para apurar o assunto dentre os seus mais de dois mil funcionários no Ceará".

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