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Marina Marcondes   |   24/10/2017 15:35

Morte de turista na Rocinha repercute na imprensa europeia

A notícia da morte da turista espanhola Maria Esperanza, baleada ontem (23) por policiais militares na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, estampou diversos meios de comunicação europeus nesta manhã. Os principais jornais, principalmente os espanhóis, divulgaram

Tânia Rego/Agência Brasil
Rocinha recebe uma forte operação policial nos últimos meses.
Rocinha recebe uma forte operação policial nos últimos meses.

A notícia da morte da turista espanhola Maria Esperanza, baleada ontem (23) por policiais militares na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, estampou diversos meios de comunicação europeus nesta manhã. Os principais jornais, principalmente os espanhóis, divulgaram o ocorrido e ainda destacaram o impacto da morte da empresária em sua cidade natal, na pequena Porto de Santa Maria, no sul da Espanha.

María Esperanza Jiménes Ruiz, de 67 anos, era uma conhecida trabalhadora do ramo imobiliário em Andaluzia, região ao Sul da Espanha. Hoje (24), a prefeitura da cidade decretou luto oficial por sua morte. Além de bandeiras a meio-mastro, a prefeitura informou que os funcionários da Câmara Municipal fizeram um minuto de silêncio em homenagem à memória da turista morta no Brasil.

O jornal espanhol El País deu destaque à comoção causada pela notícia na pequena cidade, que tem apenas 90 mil habitantes. O periódico citou a discordância entre as versões dos policiais militares envolvidos no caso e das pessoas que estavam no carro com Maria Esperanza. Tanto o irmão da vítima e sua cunhada quanto o motorista afirmaram não ver nenhuma barreira policial. A versão da polícia é de que o carro em que estavam havia desrespeitado o bloqueio. O El País ressaltou ainda a gravidade das tensões causadas pelo conflito armado entre narcotraficantes na favela carioca.

Já o diário El Mundo, em sua página na internet, noticiou a prisão de dois agentes e afirmou que a Polícia Militar, em comunicado, reprovou a atuação deles. De acordo com o manual de abordagem da PM, os agentes não deveriam ter disparado e, sim, perseguido e bloqueado a passagem do veículo.

O jornal francês Le Figaro também noticiou a morte da espanhola na favela da Rocinha. “A polícia do Rio de Janeiro anunciou hoje que mataram acidentalmente uma turista espanhola visitando uma favela onde dois agentes ficaram feridos em confrontos com traficantes algumas horas antes”, diz o texto de ontem (23).

Em Portugal, o Diário de Notícias também repercutiu o caso, ressaltando que, diante da incapacidade da polícia local para controlar a situação, o governo federal enviou em agosto deste ano 8.500 militares para impedir conflitos entre os traficantes que disputam o controle das favelas. O Diário afirmou ainda que a Rocinha é uma das favelas que mais sofrem com o aumento da violência no Rio de Janeiro.

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