Artur Luiz Andrade   |   17/10/2016 18:02

KLM celebra 70 anos de Brasil e grupo melhora vendas

O primeiro voo da KLM para o Brasil aconteceu em 18 de outubro de 1946 (a companhia é de 1919), para o Rio de Janeiro, com um DC4. Hoje, 70 anos depois, a empresa voa para São Paulo e Rio, nesta última com o Boeing 787 Dreamliner, e faz parte do grupo Air France-KLM, o que mais


Emerson Souza
Na sede da Air France-KLM em São Paulo, Patrick Alexandre (VP Comercial e de Alianças), Jean-Marc Pouchol (diretor América do Sul) e Pieter Bootsma (vice-presidente de Estratégia Comercial da Air France-KLM)
Na sede da Air France-KLM em São Paulo, Patrick Alexandre (VP Comercial e de Alianças), Jean-Marc Pouchol (diretor América do Sul) e Pieter Bootsma (vice-presidente de Estratégia Comercial da Air France-KLM)

O primeiro voo da KLM para o Brasil aconteceu em 18 de outubro de 1946 (a companhia é de 1919), para o Rio de Janeiro, com um DC4. Hoje, 70 anos depois, a empresa voa para São Paulo e Rio, nesta última com o Boeing 787 Dreamliner, e faz parte do grupo Air France-KLM, o que mais voos tem do Cone Sul para a Europa.

Para celebrar a marca, estão em São Paulo, onde recebem o trade esta noite, o vice-presidente executivo de Alianças, Vendas e Comercial da Air France-KLM, Patrick Alexandre, e o vice-presidente de Estratégia Comercial do grupo, Pieter Bootsma. Os dois executivos, acompanhados do diretor geral América do Sul, Jean-Marc Pouchol, e do diretor comercial da região, Wouter Vermeulen, celebrarão não apenas as sete décadas de voo comercial para o Brasil, mas os indícios da retomada do mercado, vistos nos números positivos de agosto, que foram confirmados e repetidos em setembro.

"Ainda é cedo para falar em retomada, pois as vendas ainda estão bem menores que há dois anos. Mas esses indícios de que o mercado está retomando seu curso nos deixam felizes", disse Bootsma, que acredita que o grupo retomará seus investimentos no Brasil em 2018. "A economia deve melhorar durante a segunda parte de 2017 e já miramos a retomada dos voos diários nas segundas frequências do Rio e São Paulo", continua. Voltar a Brasília, porém, não está nos planos imediato. A capital federal foi uma das vítimas da crise brasileira na malha da Air France-KLM, porque as vendas estavam 70% concentradas no Brasil, enquanto que para Rio e São Paulo, metade é vendida no Exterior.

Os executivos reafirmam, porém, que o grupo continuou trazendo novos produtos ao País, como o Dreamliner da KLM que opera no Rio com nova classe executiva e o cardápio assinado pelo chef estrelado Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó. Também a Air France trouxe suas novas cabines para as rotas brasileiras.

Nesta temporada o grupo Air France-KLM vai oferecer até 32 voos semanais para o Brasil partindo de seus dois hubs europeus. A KLM oferece até seis voos semanais para o Rio de Janeiro e até sete voos semanais para São Paulo, com saídas de Amsterdã/Schiphol. A Air France oferece até sete voos semanais para o Rio de Janeiro e 12 voos para São Paulo, partindo de Paris/Charles de Gaulle.

Segundo Patrick Alexandre, a parceria com a Gol, com quem a Air France-KLM tem codeshare em 35 voos no Brasil e 42 na Europa, também foi decisiva nesse momento de queda da economia brasileira. A conectividade para os clientes é um dos diferenciais e isso se consegue atualmente com parcerias como com a Gol, aqui, e a Delta, nos Estados Unidos.

DUAS EMPRESAS, DUAS EXPERIÊNCIAS
Apesar de terem uma administração única, incluindo toda a parte comercial e de planejamento, além de revenue e alianças, por exemplo, a decisão de manter as duas marcas mesmo após a fusão para criação da Air France-KLM foi, de acordo com Patrick Alexandre, acertada. "Nos bastidores tudo é unificado. Já os produtos são diferentes, o cliente pede isso. Se ele compra Air France, quer a experiência francesa, se compra KLM, a holandesa, e é isso que entregamos".

Seu colega Bootsma define o estilo holandês como mais objetivo e prático, no estilo "easygoing", e o francês, nos aviões da Air France, como algo mais elegante e sofisticado. Na hora de escolher o aeroporto de conexão, ele garante que há eficiência dos dois lados, mas em Schipol, por ser um aeroporto mais desenhado para conexões (objetivo de 70% dos viajantes internacionais que lá pousam), há uma percepção de maior facilidade. Já quanto a destinos, ambos conectam para a Ásia, Europa e África, com algumas poucas diferenças. Por exemplo, o aeroporto holandês mais prático para quem vai para a Grã Bretanha e Escandinávia, e o francês para norte da África e Sul da Europa. "Há uma brincadeira famosa que diz que Schipol é o quinto aeroporto britânico. E no longo curso, temos a melhor combinação para os passageiros", garante o vice-presidente de Estratégia Comercial.

Em entrevista exclusiva à PANROTAS, que você verá na íntegra na próxima edição do Jornal PANROTAS, os executivos da Air France-KLM falaram ainda de distribuição, do custo dos GDSs, da expectativa em relação ao NDC, das negociações com sindicatos na Europa, da concorrência com as empresas de baixo custo e com as quatro árabes que seriam subsidiadas pelos governos de seus países, e sobre o que vem por aí no grupo.

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