Leonardo Ramos   |   07/11/2017 14:33

Impasse diplomático no Catar prejudica Turismo e aéreas da região

Embargo aéreo de países do Golfo contra o Catar continua; Qatar Airways é a principal perdedora na crise, com 30% de suas receitas sob ameaça, diz o relatório da Euromonitor, e Etihad e Emirates também podem sofrer

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A crise diplomática entre Catar e seus vizinhos Arábia Saudita, Bahrein, Egito e Emirados Árabes Unidos (EAU), que o acusam de estar oferecendo "suporte ao terrorismo", continua no Golfo sem previsão de uma solução. O embargo aéreo entre os dois lados também segue ativo, e embora seja apenas para voos que passem pelo emirado e pela sua capital, Doha, a previsão da Euromonitor, em seu ranking Top 100 City Destination, é que o impasse acarretará em um impacto negativo para toda a indústria de viagens do Oriente Médio

No relatório, divulgado nesta terça (7) na WTM Londres 2017, a empresa de consultoria inglesa alega que não haverá "nenhuma vencedora entre as aéreas do Oriente Médio". As companhias Emirates Airlines, Etihad Airways, Saudia, Gulf Air, Flydubai e Air Arabia são as que interromperam suas operações para o Catar, enquanto a Qatar Airways está proibida de voar para os países que romperam as relações com o país árabe.

O bloqueio dos quatro países com o Catar, inclusive, não é apenas aéreo, mas também terrestre e marítimo. Como do embargo, uma série de voos que saem ou chegam a Doha, ou que fazem escala na cidade, tiveram que sofrer desvios. No passado, por exemplo, costumava haver voos de 45 minutos entre Doha e Abu Dhabi, nos EAU, operados pela Qatar Airways. Agora, os viajantes que desejam chegar a Doha dos Emirados têm que voar primeiro até o Kuwait, com uma longa conexão, ou fazendo escala em Omã.

A Qatar Airways é a principal perdedora na crise, com 30% de suas receitas sob ameaça, diz o relatório.
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Qatar Airways pode perder até 30% de sua receita, segundo Euromonitor
Qatar Airways pode perder até 30% de sua receita, segundo Euromonitor

No entanto, segundo a Euromonitor, todas as operadoras aéreas da região sofrerão uma redução da demanda enquanto as restrições permanecerem em vigor. As outras principais companhias aéreas do Golfo - Etihad e Emirates - têm, inclusive, uma exposição significativa ao mercado do Catar, e devem ser outras a sofrerem financeiramente com o embargo.

A capital do Qatar, Doha, ocupou o 64º lugar de cidade mais visitada por turistas internacionais em 2016 no Top 100 City Destination. Em 2017, o número de chegadas de visitantes estrangeiros deve aumentar 3,8% em relação ao de 2016, superando a barreira de três milhões. Em 2020, a previsão da Euromonitor é que esse número atingirá 3,4 milhões e, até 2025, pode chegar a 4,5 milhões.

"Qatar, Etihad e Emirates estão entre as principais companhias aéreas do mundo, e ajudaram a economia da região a crescer e prosperar nos últimos anos. Esperemos que a situação atual seja abordada e a indústria de viagens da região possa retomar seu crescimento, investimento e inovação", afirmou o diretor sênior da WTM Londres, Simon Press.

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