Leonardo Ramos   |   16/02/2018 15:34

Trump: como proposta orçamentária afetará as viagens corporativas

Queda de orçamento para transportes prevê aumento nas taxas aeroportuárias, redução do financiamento na rede ferroviária e diminuição de subsídios para voos em pequenas comunidades

O presidente norte-americano Donald Trump revelou, na última semana, sua proposta de orçamento para o ano de 2019, e consequências em diversos setores já começam a ser previstas - entre eles, o de transporte, que influência diretamente na indústria de viagens corporativas do país.

Flickr/ Gage Skidmore
Aumento nas taxas de passagens aéreas, redução do financiamento para infraestrutura ferroviária, diminuição de subsídios para aviação em áreas rurais... Estes são apenas alguns dos possíveis reflexos da proposta, que prevê a redução de 19,2% no orçamento do Departamento de Transportes - ficará em US$ 15,6 bilhões, US$ 3,4 bilhões a menos que o de 2018, que foi de US$ 19,3 bilhões.

O site Business Travel News listou alguns efeitos práticos caso a redução do orçamento de transportes dos EUA se confirmem, que devem afetar a indústria de Turismo de negócios norte-americana:

AMTRAK
A rede ferroviária americana Amtrak verá uma redução de 50% de seu orçamento, ficando nos US$ 738 milhões. Os cortes direcionam-se principalmente às rotas de longa distância, que tiveram grandes perdas atendem a um número relativamente pequeno de passageiros, se considerar o total de usuários da Amtrak. O orçamento prevê que os Estados do país subsidiem essas rotas.

TAXAS AEROPORTUÁRIAS
O orçamento da administração de Trump exige aumentos na taxa de segurança por passageiro cobrada pela TSA, e também nas taxas tanto para a inspeção aduaneira quanto para a imigração. A taxa TSA, atualmente de US$ 5,60 por trecho, aumentaria em US$ 1 no ano fiscal de 2019 e em US$ 1,65 no ano seguinte. A taxa de usuários aduaneiros aumentaria de US$ 5,65 para US$ 8,40, e a taxa de imigração de US$ 7 para US$ 9.

Vale lembrar que o presidente norte-americano pretende ainda privatizar os aeroportos Ronald Reagan e Washington Dulles (ambos na capital).

CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO
O orçamento de 2019 propõe mudar o controle de tráfego aéreo da Administração Federal de Aviação (FAA) para a mão privada. Uma espécie de "cooperativa de serviços de transporte aéreo não-governamental, independente" e sem fins lucrativos, que Trump aprovou no ano passado, entraria no lugar. A expectativa é de que a separação do controle aéreo da FAA gere uma economia de mais de US$ 10 bilhões anualmente para o governo.

VOOS LOCAIS E RURAIS
A proposta reduz em US$ 57 milhões o financiamento do programa Essential Air Service, que subsidia voos comerciais em pequenas comunidades. O orçamento ficaria em US$ 93 milhões, cortando voos, por exemplo, que atendem comunidades relativamente próximas de aeroportos maiores.

VOOS SUPERSÔNICOS
Uma das poucas áreas que recebeu aumento de fundos para 2019. O orçamento incluiu o financiamento do programa chamado Plano X, da NASA, que pretende desenvolver um um novo modelo de aeronave capaz de velocidades supersônicas. A proposta também aumenta o financiamento para pesquisar aviões hipersônicos, capazes de voar mais de cinco vezes a velocidade do som.


*Fonte: Business Travel News

conteúdo original: http://bit.ly/2C2DAJU

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