Felippe Constancio   |   19/08/2016 14:13

Hotéis avaliam se cobram multa por saída antecipada

Na contramão da prática habitual de cobrança total da estada mesmo quando o hóspede encerra a viagem mais cedo, hotéis brasileiros têm abolido a prático no sentido de garantir sua volta, observa especialista da HRS


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Prática habitual trazida por grandes redes hoteleiras estrangeiras, a cobrança total da estada mesmo quando um viajante decide deixar o hotel mais cedo que o planejado ganhou fibra por volta de 2010, momento em que a economia brasileira estava aquecida. Quando as taxas de ocupação e valor médio das diárias trilhavam altas, as redes e hotéis independentes protegiam seus inventários cobrando os dias reservados e não aproveitados.

"Vale lembrar que a regra (de ser cobrar o early check-out) é a partir o momento do check-in", lembra o diretor de Hotel Solutions da empresa de soluções em hotelaria HRS, Phelipe Farah. "A cobrança é adotada porque o quarto que o hóspede vai deixar tem baixa probabilidade de ser revendido - e assim o hotel procura proteger sua receita."

Recentemente, contudo, o registro de baixa tanto na ocupação quanto no valor médio das diárias geral das marcas de hospitalidade tem aberto espaço para outra tendência: a de não cobrar a saída prematura. "Nesse momento o hotel fica mais flexível porque quer que o hóspede volte. Existe uma tendência de política para isso? Acredito que sim. A tendência é o hotel buscar se proteger, mas pode variar de acordo com a posição do hotel no mercado", observa o diretor.

O especialista observa que não há resposta óbvia para os hoteleiros quanto à cobrança ou abolição do early check-out, uma vez que cada hotel tem seu potencial de vendas, equipe de vendedores e parceiros.

"Há casos que envolvem viajantes frequentes, como os corporativos", lembra Farah. "Eles consomem outras coisas do hotel, trazem clientes para almoçar, usam os outros serviços oferecidos e o hotel quer que ele volte, principalmente se o hóspede for de um cliente de representatividade ao negócio."

Os viajantes corporativos encaram contratempos e imprevistos com frequência, e por isso o hábito de abreviar uma estada é mais frequente neste perfil, acrescenta Farah, que observa ainda que turistas a negócio ficam, em média, 2,8 dias em suas permanências em hotéis.

AFINAL, COBRAR OU NÃO?
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"O hotel tem que fazer aquilo que é importante para suas condições e estratégias. O mercado de distribuição está cada vez mais complexo. Por isso, é importante avaliar a força do canal de distribuição, equipe de vendas e mesmo os custos de cada parceiro, para saber se eles dão flexibilidade. A discussão agora também é o valor de cada parceiro."

Uma rede de hotéis que tem experimentado uma nova receita de early check-out foi a Promenade, que lançou neste mês uma promoção de flexibilização tanto de check-in quanto do check-out. Não se trata de abolir a cobrança do viajante que encerra a estada antes do previsto, mas a rede permite que o hóspede aproveite um banco de 12 horas para entrar mais cedo ou sair mais tarde.

“Nosso objetivo é entender nosso hóspede e fazer o possível para que tenha a melhor experiência. Se eles precisam de umas horas a mais no fim de semana para se adequar aos horários dos voos, vamos dar essa comodidade a eles”, explica o diretor da rede, Diogo Affonso.

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