Felippe Constancio   |   23/09/2016 09:17

Fusão Starwood-Marriott pode significar perdas ao corporativo

A união entre Marriott e Starwood é motivo de preocupação a gestores e TMCs que atendem ao corporativo por abrir margem a uma significativa queda de concorrência em polos financeiros relevantes e, de quebra, refletir em um esfriamento nos programas de fidelidade

Flickr/Meraj Chhaya

A maior fusão da história da hotelaria pode significar perdas às empresas que dependem de viagens corporativas. Conforme um artigo publicado na revista The Economist na quinta-feira (22), a união entre Marriott e Starwood é motivo de preocupação a gestores e TMCs que atendem ao corporativo por abrir margem a uma significativa queda de concorrência em polos financeiros relevantes e, de quebra, refletir em um esfriamento nos programas de fidelidade das redes hoteleiras.

Como exemplo, o correspondente da revista em Washington D.C. mostra as opções locais e como a disposição pode mudar após a fusão. "Você pesquisa as opções para reservas e suas amenidades. Há um W perto da Casa Branca e um JW Marriott a um quarteirão. Mas você irá ao centro de convenções, e então é melhor pesquisar o novo Marriott Marquis e o Renaissance que há por ali. Mas você também tem o Four Points e o Courtyard, que ficam mais perto do metrô. E você ainda pode buscar algo mais requintado, como o St. Regis na 16th ou o Ritz-Carlton em Georgetown. Por ora, eles se sobressaem de acordo com sua preferência, e por isso deve haver negociações e preços mais baixos. Mas logo todos eles pertencerão à mesma companhia."

No começo desta semana, o esclarecimento das cláusulas do contrato de fusão foi concluído, dando sinal verde à criação de um bloco que envolve quase 30 marcas, mais de 1,1 milhão de quartos e 5,5 mil propriedades. Até então, o processo estava em revisão a pedido de autoridades chinesas, uma vez que o conglomerado oriental Anbang Insurance Group havia feito uma oferta de compra maior que proposta inicial da Marriott, de US$ 12,2 bilhões.

Entre as consequências da fusão aos operadores de viagens corporativas está, naturalmente, a queda da concorrência. De acordo com a CWT Solutions Group, nos Estados Unidos, por exemplo, a Marriott chega a ficar com 30% dos gastos do corporativo com hotéis na cidade de Minneapolis. Com a fusão, o percentual chegaria à quase 50%. Já no México, essa fatia subiria de 20% para pelo menos 48% na capital do país. O mesmo pode acontecer com Filadélfia e Los Angeles.

"Com as tarifas e taxas de ocupação em altas inéditas em boa parte dos grandes mercados, a economia básica sugere que a concorrência só poderá levar a preços mais elevados e negociações mais difíceis - especialmente em mercados que têm menos opções ao viajante corporativo", aponta o relatório.

Além de menor concorrência, haverá menos opções no cenário de fusão, uma vez que certas marcas podem desaparecer. O futuro do Sheraton - que é uma alternativa ao Marriott, por exemplo, é incerto.

Conforme lembra a Economist, outro grande impacto sobre as viagens corporativas deve ser visto no mercado de fidelidade. Uma vez que o sistema de pontuação é diferente entre as diversas marcas, consumidores podem se sentir em vantagem ou desvantagem com mudanças. Participantes da indústria acreditam que o Preferred Guest, programa da Starwood visto como o melhor dos Estados Unidos, pode ganhar "blackout dates" (períodos sem acúmulo de pontos por conta da alta demanda).

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Avatar padrão PANROTAS Quadrado azul com silhueta de pessoa em branco ao centro, para uso como imagem de perfil temporária.

Conteúdos por

Felippe Constancio

Felippe Constancio tem 571 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Colaboração para o Portal PANROTAS