O hoteleiros estão mais atentos à importância da retenção do viajante corporativo. É o que defende a proprietária da Go Consultoria e presidente da HSMai Brasil, Gabriela Otto, durante debate no Fórum de Viagens Corporativas promovido pela HRS em São Paulo nesta terça-feira (27). Antes de apresentar as alternativas de aumento de receita sem aumentar o preço da tarifa, a especialista mostrou dados recentes acerca das novas estratégias dos players do mercado.

"De um a cinco, a percepção dos hoteleiros sobre a importância de tarifas corporativas/negociadas é de 3,5", revela Gabriela. Sobre a importância dada aos canais de venda, a presidente da HSMai aponta que centrais de reservas, grupos e eventos aparece em primeiro lugar, com uma estimativa de 4,21 pontos, seguido pelo site próprio do hotel (4,04), OTAs (4,2) e GDS (3,43).

"É importante notar o aumento na atenção dada aos canais próprios – 60% dos hotéis nacionais recebem mais de 11% de suas reservas por site próprio – , às vendas mobile, ainda que esta possa não necessariamente significar representatividade no share. Os hoteleiros também estão percebendo a relevância do upselling", frisa Gabriela. "Eles estão vendo que o cliente corporativo pode voltar para uma viagem a lazer. Ele promove o follow up, participa mais de processos request for proposal e tenta incrementar a experiência de compra."

Segundo a especialista, os hoteleiros no mercado brasileiro buscam adaptar os hotéis para o bleisure evitando evasão para o Airbnb e hostels, uma vez que perceberam que o corporativo pode proporcionar aumento de receita de lazer. "E isso é mais um motivo para investir mais na reputação na internet."

Diante de um cenário de aumento de custos de distribuição, os hotéis têm buscado alternativas diante de uma crise. Dado o aumento de custos, eles têm dificuldade de baixar preços, conforme esclarece o CEO da central de reservas para hotéis Omnibees, Luis Ferrinho. Por isso, a orientação aos hoteleiros é que busquem maximizar suas receitas sem necessariamente aumentar a tarifa. "E por isso a importância do mercado corporativo."