Mice Meeting by Grupo R1: quais as dores, desafios e soluções do segmento Mice?
Painéis e debates do evento questionam: o quanto o segmento Mice melhorou em suas relações com o mercado?

A sétima edição do Mice Meeting by Grupo R1, realizada no Sheraron WTC (SP) pela Evento Único com parceria e patrocínio master do Grupo R1, é palco de diversos debates com especialistas do setor. Um deles trouxe o questionamento: o quanto o segmento Mice melhorou em suas relações com o mercado?
"Chegamos à conclusão de que melhoramos, sim, embora ainda tenhamos um longo caminho e muita coisa para melhorar", comenta a CEO da Evento Único, Roberta Nonis.
Confira, abaixo, as principais dores e soluções do segmento Mice debatidas no evento.
Como lidar com a concorrência?
Um dos painéis do evento questionou quantas agências são chamadas para as concorrências.
- 48% dos participantes chamam três agências;
- 30% chamam entre quatro e cinco;
- Enquanto o restante dos participantes respondeu que chama acima de seis.
"Isso já é uma conquista da comunidade BenchMice, por meio da qual aquela empresa, aquele gestor de eventos que não consegue impor uma prática mais justa para as agências, pode ter seu repertório ampliado, por meio da troca de informações, de saber o que outras empresas já estão praticando", comenta Roberta. Segundo ela, o objetivo é que essa porcentagem de 48% chegue aos 60% até a próxima edição do evento.
"Essa é uma conversa que hoje, quem faz a gestão de eventos, já consegue trazer, chamar o marketing pra conversar, falar da quantidade de agências, o que é preciso, o que não é, porque hoje temos ferramentas para conseguir posicionar de forma justa a quantidade de concorrências que a gente faz. Vimos aqui que houve casos de concorrência entre 20 agências. Isso não existe, não se sustenta", comenta Roberta Nonis, que mostra que há coisas para serem corrigidas, tanto pelo lado dos clientes quanto pelo lado da cadeia produtiva.
A prática de markup não é vista com bons olhos
O evento também trouxe à tona o tema da prática do markup pelas empresas do setor. "Estamos falando de pessoas que estão em uma posição de poder e aí, para fechar o negócio, pedem aquele agrado, aquele over, sendo que o contrato que têm com seu cliente final ou com a empresa que o contrata diz que não é para ele ganhar nada além do salário ou daquilo que foi combinado com o cliente final .Não precisa ficar compondo a renda por fora, isso não é sustentável", afirma Roberta.
"Isso sem falar das empresas que entram, aventureiras, para ganhar o cliente, fazem qualquer negócio, cobrem preço e aí depois entregam um mau serviço ou quebram, deixando o cliente na mão"
CEO da Evento Único, Roberta Nonis
Quebra de contrato não deve ser normalizada
Durante um dos painéis do evento, foi feita uma enquete com os participantes, perguntando se eles já quebraram contrato com algum fornecedor. Uma grande maioria disse que quebrou, mas uma outra grande parte disse que não. "Isso não está certo, ficar perdoando essas coisas. Como a gente vai mudar se continua deixando as coisas sem consequências?", questiona a CEO da Evento Único.
Gestores de eventos devem saber aproveitar a exposição nas rede sociais
O CEO do Grupo R1, Raffaele Cecere, afirma que, dentro das corporações há uma ferramenta que, se usada de forma correta, pode gerar bons resultados para os gestores de eventos e as empresas em que trabalham.
"Estou falando da exposição. Hoje temos o Linkedin, temos ferramentas. Olha o poder que isso tem. Se esses profissionais de eventos participarem de comunidades e discussões de alto nível e fizerem com que essas informações cheguem nas pessoas corretas dentro da empresa, podem conseguir mudanças efetivas. Se esse gestor tem uma base de cinco, dez mil pessoas em sua rede de contatos, não vai ter CEO ou CFO que não dê voz para ele"
CEO do Grupo R1, Raffaele Cecere
Ainda segundo Raffaele, o mercado Mice ficou extremamente atrativo. "Vemos muitos espaços de eventos abrindo e muitas pessoas entrando no mercado. Mas eu acho que daqui pra frente as coisas vão começar a se acomodar. Essa questão do Brasil com os Estados Unidos terá impacto no segmento Mice e no setor de eventos, mas, neste momento, olhar para dentro do que nós estamos fazendo é tão ou mais importante do que ficar tentando analisar se o mercado vai ficar aquecido ou não. Vai ter demanda. O mar não está tão favorável assim, mas eu acredito no poder da nossa gestão", conclui o CEO do Grupo R1.