Victor Fernandes   |   22/05/2023 17:45
Atualizada em 22/05/2023 17:58

Setor de viagens corporativas tem melhor fevereiro desde 2015, diz Alagev

Levantamento da entidade em conjunto com a FecomercioSP aponta faturamento de quase R$ 9 bilhões no mês

PANROTAS / Emerson Souza
Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Alagev
Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Alagev
O Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), criado pela FecomercioSP em parceria com a Alagev, demonstra que em fevereiro deste ano as despesas estimadas das empresas brasileiras com viagens a negócios registraram crescimento de 59,5% em comparação com o mesmo período de 2022, atingindo um faturamento de quase R$ 9 bilhões, o mais alto para o mês desde 2015.

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De acordo com o estudo, o alto incremento deve-se ao fato de que fevereiro de 2022 foi considerado o auge dos casos de pessoas contaminadas pela variante ômicron do coronavírus. Diante da apreensão no País, as empresas tomaram atitudes como postergar, e até cancelar, viagens e eventos, prejudicando o desempenho do segmento corporativo. Assim, a base de comparação fragilizada permite variações mais expressivas.

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A movimentação das viagens corporativas, que contabiliza serviços de Turismo como meios de hospedagem, alimentação, transportes (avião, ônibus e locação de veículos) e agências de viagens, segue em sua trajetória sólida de expansão. Nas companhias aéreas, por exemplo, o volume de pessoas viajando chegou a um patamar similar ao pré-pandemia, porém as organizações estão pagando um valor acima do que registrado na época, o que contribuiu para a elevação do faturamento.

Além do caso da aviação, dados dos meios de hospedagem também indicam a demanda aquecida, com taxa de ocupação e tarifa média superando os níveis anteriores a 2020, e o corporativo tem grande parcela nessa retomada.

Segundo o LVC, apesar de os custos ainda estarem elevados em relação ao ano passado, já há sinais de desaceleração e até mesmo recuo de preços em alguns serviços de Turismo. Essa tendência, de tarifas mais moderadas, é essencial para que os gestores de viagens das empresas tenham mais previsibilidade e espaço para ampliar a frequência de viagens, encontros e eventos, estimulando todo o setor.

“No relatório anterior, sobre janeiro, já tínhamos apresentado o melhor desempenho do mês desde 2015 e esse recorde foi batido novamente, quando comparamos fevereiro com o mesmo período dos últimos anos. As agendas de eventos estão lotadas e percebemos a valorização de encontros presenciais”, comentou a diretora executiva da Alagev, Giovana Jannuzzelli.

De maneira geral, o dado de fevereiro é muito positivo. Mostra que as viagens corporativas estão nos patamares similares aos de antes da pandemia. Ou seja, se consolidando no seu tamanho normal, próximo aos R$ 10 bilhões de faturamento mensais.

No entanto, para que atinja novos recordes, não somente pelo aumento de preços, mas por conta de uma demanda ainda mais aquecida, a Alagev defende que é necessário que o País apresente um crescimento mais forte, com taxas de juros adequadas. Por exemplo, a SELIC em 13,75% ao ano é um grande entrave aos investimentos produtivos. Ela deve começar a cair no segundo semestre deste ano e não terá grande efeito para 2023, mas trará ainda mais expectativa para o setor corporativo, que já tem comemorado bons números.

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