GBTA: Brasil segue entre os 10 maiores mercados globais de viagens corporativas
País mantém posição no Top 10, com US$ 30,4 bilhões de movimentação, mas crescimento é modesto

DENVER - O Brasil segue entre os 10 maiores mercados de viagens corporativas do mundo em 2025, com previsão de movimentar US$ 30,4 bilhões no setor, segundo o Business Travel Index Outlook 2025, da Global Business Travel Association (GBTA), lançado nesta segunda-feira (21), durante a GBTA Convention 2025.
Embora ainda represente uma fatia significativa do mercado global, o crescimento anual projetado para o País é de apenas 2%, um dos menores entre as principais economias analisadas. O dado indica uma recuperação mais lenta e um cenário de cautela por parte das empresas brasileiras, que ainda lidam com custos operacionais elevados, inflação persistente e desafios estruturais.
Com esse desempenho, o Brasil figura à frente de países importantes como Canadá, Austrália e Espanha em volume total de gastos, mas fica atrás no ritmo de expansão, superando apenas os Países Baixos, que devem registrar retração de -1% ao fim deste ano.
No cenário global, como já vimos em outro artigo especial, a projeção da GBTA é de que os gastos globais com viagens corporativas alcancem US$ 1,57 trilhão em 2025, uma alta de 7% em relação a 2024. No ano anterior, o setor havia crescido 10%, totalizando US$ 1,47 trilhão. A desaceleração é atribuída ainflação elevada, guerras em curso, recuperação desigual entre os países e incertezas nas cadeias de suprimento.

No ranking global, os Estados Unidos lideram com US$ 395,4 bilhões de movimentação econômica e um crescimento de 10%, seguidos pela China, com US$ 373,1 bilhões (+2%). Já entre os países que mais devem acelerar em 2025 estão Índia (+15%), Coreia do Sul (+14%) e Reino Unido (+14%).
País | Total de Gastos com Viagens Corporativas (US$ bilhões) | Crescimento Anual (%) |
---|---|---|
Estados Unidos | US$ 395,4 bilhões | 10% |
China | US$ 373,1 bilhões | 2% |
Alemanha | US$ 80,1 bilhões | 4% |
Japão | US$ 74,4 bilhões | 6% |
Reino Unido | US$ 60,2 bilhões | 14% |
França | US$ 46,9 bilhões | 9% |
Coreia do Sul | US$ 46,4 bilhões | 14% |
Índia | US$ 43 bilhões | 15% |
Itália | US$ 40 bilhões | 8% |
BRASIL | US$ 30,4 bilhões | 2% |
Canadá | US$ 28,1 bilhões | 10% |
Austrália | US$ 27,9 bilhões | 5% |
Espanha | US$ 26,7 bilhões | 5% |
Turquia | US$ 24,1 bilhões | 9% |
Países Baixos | US$ 23,7 bilhões | -1% |
Estabilidade em meio à incerteza

No caso brasileiro, o crescimento tímido de 2% sugere um mercado que se estabilizou após os impactos mais duros da pandemia, mas que ainda enfrenta obstáculos para expandir com maior vigor. Entre os fatores que influenciam o desempenho não só do Brasil, mas o mundo todo são:
- Dependência do consumo interno, que limita o volume de viagens internacionais de negócios;
- Infraestrutura ainda deficiente em diversas regiões, dificultando a logística corporativa;
- Alta carga tributária e complexidade regulatória, que impactam o ambiente de negócios;
- Custos elevados com transporte e hospedagem, especialmente em grandes centros urbanos.
"Ainda assim, o Brasil se beneficia de sua posição estratégica no setor de exportações (em especial agronegócio e mineração), o que mantém um fluxo relevante de viagens corporativas internacionais. Além disso, o País possui grandes centros empresariais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, que continuam atraindo eventos, reuniões e deslocamentos executivos"
Business Travel Index Outlook 2025 da GBTA
O que impulsiona as viagens corporativas?
O estudo elenca oito fatores-chave que determinam o crescimento das viagens de negócios. São eles:
- Tamanho da economia
- Área geográfica e dispersão populacional
- Composição industrial (intensidade dos setores viajantes)
- Produtividade e papel do deslocamento nos negócios
- Domínio exportador
- Localização física
- Infraestrutura de transporte e hospitalidade
- Políticas públicas, ambientais, fiscais e regulatórias
Projeção para os próximos anos
Mesmo com gastos nominais próximos dos níveis pré-pandemia, a GBTA alerta que, ajustando pela inflação, os volumes reais de viagens ainda estão abaixo do que eram em 2019. A expectativa é de que a recuperação completa só ocorra por volta de 2029, o que exige planejamento de longo prazo por parte de empresas, governos e players do setor.
Para o Brasil, ainda segundo o GBTA, manter-se entre os 10 maiores mercados do mundo é uma conquista, mas o desafio agora é retomar o crescimento sustentável. Investimentos em infraestrutura, simplificação tributária e estímulo à conectividade aérea serão fundamentais para destravar o potencial das viagens corporativas no país.
O Portal PANROTAS viaja a convite da GBTA, voando Delta Air Lines, com proteção Intermac