Viagens corporativas superam R$ 100 bilhões até setembro e batem recorde no Brasil
Mercado cresce 6,8% no acumulado do ano e projeta encerrar 2025 com R$ 144 bilhões de faturamento

O mercado de viagens corporativas no Brasil registra em 2025 um dos melhores desempenhos de sua história. De acordo com levantamento realizado pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), as empresas brasileiras movimentaram R$ 106,5 bilhões com viagens entre janeiro e setembro, alta de 6,8% em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo as entidades, o resultado não apenas supera todas as marcas anteriores, como reforça a força do setor diante de um cenário econômico que apresenta sinais de desaceleração em outras áreas.
Somente em setembro, os números chegaram a R$ 13,4 bilhões, um avanço de 5,1% na comparação anual e o maior valor mensal já registrado desde o início da série em 2011.

A curva ascendente consolida um ritmo de expansão que deve levar o segmento a encerrar o ano com alta de 5,7% e com a perspectiva de atingir R$ 144 bilhões de faturamento. Os dados indicam que, mesmo com a economia brasileira avançando em um ritmo mais moderado, o ambiente de negócios segue aquecido, o que se traduz em mais encontros presenciais, viagens de vendas, reuniões estratégicas, feiras e congressos.
A estabilidade nos custos e a demanda reprimida também têm papel importante nesse cenário. A inflação mais baixa e a valorização do real tornaram tanto as viagens nacionais quanto as internacionais mais acessíveis ao segmento corporativo. É o caso da estabilidade das tarifas aéreas, alta de passageiros transportados e ainda um aumento na taxa de ocupação hoteleira.

“Os resultados da pesquisa mostram que as viagens corporativas são hoje um dos pilares estratégicos da economia brasileira. Mesmo diante de um contexto macroeconômico com desafios, as empresas continuam investindo em encontros presenciais porque sabem que eles aceleram decisões, fortalecem relações e ampliam oportunidades. O setor não está apenas crescendo: ele está mais sólido, mais profissionalizado e muito mais orientado por dados”
Luana Nogueira, diretora-executiva da Alagev
Luana destaca ainda que o atual ciclo é sustentado por planejamento, eficiência e maior maturidade das empresas na gestão de deslocamentos. “O que estamos observando não é uma movimentação pontual. A cadeia está preparada, os eventos estão lotados, a hotelaria está aquecida e os custos estão se estabilizando. Estamos entrando em um dos períodos mais fortes do calendário corporativo, e tudo indica que os próximos meses ainda refletirão esse ritmo. É um momento de confiança para toda a indústria, do transporte aos organizadores de eventos, passando por hotéis, locadoras, agências e fornecedores de soluções corporativas”.

Impacto menor do que o previsto
Mesmo fatores que inicialmente preocupavam o mercado mostraram impacto menor do que o previsto. O tarifaço imposto pelo governo americano não reduziu de forma significativa o fluxo de viagens entre Brasil e Estados Unidos, e a retomada das negociações presenciais tem trazido avanços importantes.
A performance positiva da bolsa brasileira e a expectativa de retomada econômica em 2026, impulsionada pelo ciclo eleitoral, possíveis reduções nas taxas de juros e aumento dos gastos públicos, contribuem para um ambiente otimista para o segmento no médio prazo.
"Os próximos dois meses devem seguir aquecidos, especialmente devido à forte agenda de eventos, congressos e feiras realizadas tradicionalmente antes do início das férias escolares, em meados de dezembro. A expectativa é que o LVC mantenha indicadores positivos até o fim do ano, reforçando o papel estratégico das viagens corporativas como motor da economia brasileira"
FecomercioSP e Alagev