Rodrigo Vieira   |   13/05/2025 14:59
Atualizada em 13/05/2025 15:02

IA no Turismo de luxo: amiga ou inimiga do agente de viagens?

Evento The Essence of Luxury Panama, das comunidades Serandipians e Takumians, aborda o tema

Divulgação/The Traveller Made
Quentin Desurmont, CEO de Serandipians e Takumians, na abertura do The Essence of Luxury Panama
Quentin Desurmont, CEO de Serandipians e Takumians, na abertura do The Essence of Luxury Panama

Um dos temas que norteiam o The Essence of Luxury Panama, principal evento de Turismo de luxo das Américas nesta semana, é o impacto da inteligência artificial no segmento. Organizador do evento, o fundador e CEO das comunidades Serandipians e Takumians, Quentin Desurmont, aproveitou a abertura do evento, em que fornecedores e buyers se reuniam, para abordar como ChatGPT e outros robôs estão influenciando a vida dos profissionais de Viagens.

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Desurmont traz uma visão otimista e até bem-humorada sobre como a IA pode ser uma aliada poderosa. Com leveza, o especialista inicia admitindo que a IA está "progredindo muito rápido", mas que ela é, acima de tudo, "um instrumento, uma ferramenta para nós, e não uma ameaça".

Saber pedir é a chave do sucesso

A chave do sucesso? O prompt, o briefing... saber pedir. "A IA precisa de um briefing muito preciso, o que chamamos de prompts, para dar respostas exatas. Ou seja, nada de jogar perguntas vagas e esperar milagres", aponta o CEO da Serandipians.

O próprio francês, também consultor de viagens, resolveu testar a mais famosa IA do momento. "Pedi ao ChatGPT para listar como a inteligência artificial pode ajudar e impulsionar a indústria de viagens de luxo", conta, detalhando que especificou os diferentes atores do setor (agências, operadoras, DMCs, hoteleiros) e os campos de interesse. O resultado foi uma lista extensa de possibilidades.

Divulgação/The Traveller Made
Quentin Desurmont, CEO de Serandipians e Takumians, na abertura do The Essence of Luxury Panama
Quentin Desurmont, CEO de Serandipians e Takumians, na abertura do The Essence of Luxury Panama

Aplicações úteis e positivas da IA para agências de viagens

Quentin Desurmont indica maneiras seguras de seus parceiros agentes de viagens utilizarem IA:

  • Relações com o cliente - pense em um CRM turbinado por IA, que analisa o histórico e as preferências do seu cliente, para ajudar no planejamento da viagem dos sonhos. Menos bola de cristal, mais dados inteligentes;
  • Melhoria de produtos e serviços - a IA pode ajudar na customização de uma estada em hotel, por exemplo, com base nos dados do cliente.
  • Aumento da capacidade da equipe - programas de treinamento e capacitação podem ser otimizados com IA.
  • Melhoria criativa: a IA pode dar palpite em como criar postes para as redes sociais. Particularmente nesta tarefa, as ferramentas de IA já evoluíram muito, diz o francês, que admitiu fazê-lo em sua própria empresa, a The Traveller Made.

Cuidados e experiências negativas

O principal cuidado é revisar sempre todo o conteúdo produzido. É fundamental que se leia cada linha do que a IA faz antes de mandar ao cliente. Os robôs podem cometer erros que só um especialista é capaz de corrigir.

"Quando o assunto é a IA gerar itinerários completos com experiências, a coisa ainda precisa evoluir. Quando pediu ao GPT para que fosse seu próprio agente, Quentin compartilhou alguns dos erros crassos cometidos pelo robôa o pedir ajuda para planejar uma viagem às Dolomitas.

"A resposta foi ruim! Para ir de Paris às Dolomitas, me mandaram para Londres primeiro, e depois para Barcelona. Uma viagem de oito horas." O erro, segundo ele, foi a IA não considerar que ele já tinha um carro alugado e poderia dirigir de um aeroporto mais próximo.

"A recomendação do hotel também não era o que eu queria. Então, ainda não está lá, talvez não haja dados suficientes, mas veremos no futuro, eu acho. Eu realmente encorajo vocês a tentarem. É divertido. É realmente divertido", conclui.

Talvez a própria IA precisasse de um agente de viagens especialista?

Ajudante virtual

Desurmont também aborda a visão de que, em breve, todos teremos nossos próprios secretários de IA, capazes de tomar decisões. "É uma virada de jogo. Não é mais um computador, é algo, alguma máquina que será capaz de tomar decisões. É uma disrupção muito importante", alerta, mas sempre com a perspectiva de que o profissional humano continuará essencial, especialmente no segmento de luxo, onde a curadoria, a empatia e a expertise pessoal fazem toda a diferença.

Portanto segundo apontam as tendências no The Essence of Luxury Panama, a Inteligência Artificial chegou para ficar e pode, sim, ser uma grande parceira do agente de viagens. Basta entendê-la, explorá-la com bons "prompts" e aplicá-la sobretudo a funções operacionais.

A PANROTAS viaja a convite de Serandipians e Takumians, com seguro viagem Intermac

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