Em dias de COP30, BLTA evidencia urgência em adotar práticas sustentáveis no Turismo
Segundo a associação, Turismo de luxo tem papel crucial na preservação do meio ambiente

Os olhos do mundo estarão dirigidos para Belém durante as discussões climáticas globais da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) entre 10 e 21 de novembro. Com isso, a Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) celebra a realização deste evento e chama a atenção para a adoção de práticas sustentáveis na cadeia da indústria da hospitalidade.
De acordo com a CEO da associação, Camilla Barretto, o Turismo de luxo possui um papel estratégico no desenvolvimento socioeconômico e na preservação ambiental do Brasil.
“Nossos hotéis e DMCs compartilham o compromisso de gerar impacto positivo por meio da valorização da cultura local, da capacitação de profissionais, da conservação da natureza e do fortalecimento das comunidades. Acreditamos que a sustentabilidade é mais do que uma escolha — é uma responsabilidade inadiável. Não basta sustentar: é preciso regenerar, transformar e deixar um legado que ultrapasse gerações”
Camilla Barretto, CEO da BLTA
Endossando as palavras de Camilla, o vice-presidente de Relações Institucionais da BLTA, Guilherme Padilha, diz ser necessário que os associados contribuam com sua visão e experiência para valorizar e incentivar a conservação. “Neste sentido, reforçaria a importância de se ter um plano de desenvolvimento para evitar o overtourism em destinos que abrigam reservas naturais, investindo na melhoria da qualidade das operações para aumentar o ticket, o que gera mais faturamento e menos turistas, reduzindo os impactos ambientais”, avalia.
Padilha ressalta, ainda, a urgência de se ter políticas públicas (municípios, estados e federação) bem definidas nas áreas que deveriam estar protegidas diante da falta de uma estratégia de desenvolvimento turístico associada a um plano diretor de manejo, para que não exista o overtourism em áreas de natureza, como o que já vem ocorrendo em municípios da Bahia e do Maranhão. “Quando o Turismo vem com força e o município não tem recursos nem está preparado, a atividade turística acaba se tornando uma ferramenta de devastação e não de preservação. É fundamental que as cidades e regiões exijam um plano de desenvolvimento turístico de mínimo impacto que incentive a qualidade dos serviços de infraestrutura”, alerta.
Hospitalidade brasileira para o mundo
Segundo o presidente do Conselho da BLTA, Roberto Klabin, a associação está orgulhosa em ver o País sediar a COP30 na Amazônia brasileira. “Enquanto outros países se digladiam na atualidade em disputas de todos os gêneros, o Brasil desponta como o anfitrião mundial para discutir paz, inclusão, regeneração e conservação ambiental. Nossa vantagem competitiva é abrigarmos a maior biodiversidade do mundo, sermos um povo pacífico, hospitaleiro e alegre. Queremos receber todos de braços abertos e mostrar que podemos liderar, sim, a agenda ambiental planetária”, diz.
Para Martin Frankenberg, ex-presidente e conselheiro da BLTA, a primeira COP no Brasil é fundamental para chamar a atenção para a urgência absoluta de se acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia. “Mas para frear o desmatamento não podemos nos iludir, pois não basta simplesmente querer. Precisamos viabilizar soluções econômicas para manter a floresta em pé. E o Turismo é um dos maiores vetores econômicos para isso. Quando bem feito, traz progresso econômico e empregos mesmo em lugares afastados dos grandes centros urbanos. Por isso, o Turismo é parte de uma solução fundamental para rapidamente transformarmos nossa relação com a nossa maior floresta”, pontua.