Agências de viagens impulsionam chegadas ao Brasil em 2025; inbound indireto chega a 44%
Estudo revela que quase metade dos turistas que chega ao Brasil passa pelas mãos das agências de viagens

As agências de viagens são o elo que transforma a intenção em viagem realizada. Neste ano, por exemplo, o agenciamento é, uma vez mais, determinante para explicar a força do Brasil tanto no mercado internacional quanto no mercado doméstico de Turismo. Onde há demanda latente, as agências de viagens organizam, empacotam, financiam, dão segurança e levam os passageiros aos seus destinos.
Os números que acompanham um relatório exclusivo da Amadeus comprovam isso. No fluxo internacional para o Brasil, por exemplo, as chegadas cresceram em torno de 31% entre janeiro e setembro, com países vizinhos contribuído fortemente, tais como Argentina e Chile, e a Europa sustentando um avanço consistente, com destaque para Portugal, França e Espanha.
Esta alta encontrou na distribuição um canal indireto muito ativo. Somadas, OTAs, agências de viagens de lazer e agências de viagens corporativas respondem por quase metade (43,7%) de participação no inbound, com alta expressiva de 38,1% no período. No caso das OTAs, o crescimento foi de 75,8%. Do lado das agências corporativas, o avanço foi de 26,8%, enquanto as agências de viagens de lazer cresceram 9,6%.
Em outras palavras, quase metade dos turistas que chega ao país passa pelas mãos das agências de viagens, e esse pedaço do mercado cresceu mais rápido do que a média das chegadas, o que coloca o agenciamento como um grande impulsionador direto do resultado internacional.

Permanência e antecedência
E o comportamento de compra dos viajantes reforça esse papel. As reservas domésticas feitas com menos de 15 dias de antecedência ganharam terreno, com crescimento próximo de +39% e participação de 31% do total. Segundo o estudo, as agências brilham nesse curto prazo porque conseguem combinar disponibilidade aérea e hoteleira, política de pagamento e proteção de viagem, reduzindo fricção no exato momento em que o cliente precisa decidir rápido.
No caso da permanência no destino, o efeito é ainda mais positivo. As estadias médias de 5 a 13 noites cresceram +36% e já representam 32% das viagens internacionais, o que aumenta gasto em hospedagem, restaurantes, atrativos e serviços locais. Esse é o segmento típico dos pacotes de férias vendidos por agências, que agregam tours, transfers, experiências e ampliam o ticket médio.
As estadias curtas seguem majoritárias com 61% e avançam de forma moderada, enquanto as longas acima de 14 noites recuam levemente para 7%. O avanço do meio de distribuição que mais vende pacote e do segmento de estadias que mais distribui receita caminham juntos.
Agências ganham terreno em relação a venda direta

A dinâmica por mercados emissores também conversa com o trabalho das agências. No quarto trimestre, a previsão aponta continuidade do bom desempenho, com crescimento aproximado de +12% nas chegadas internacionais ao Brasil, sustentado por vizinhos como Argentina, Peru e Chile e por europeus como França e Espanha.
Da Argentina, o segmento de 5 a 13 noites é o maior e foi o que mais cresceu, exatamente o formato que as agências promovem com mais eficiência. Pernambuco, por exemplo, ganha espaço nas escolhas do viajante argentino, movimento típico de canal que abre novos produtos, comunica e captura demanda.
No doméstico, o papel das agências é igualmente relevante. As buscas acumuladas por voos dentro do Brasil mostram um interesse alto ao longo do ano, com picos no início e retomada a partir do fim de agosto. Quando observamos os destinos finais de desembarque com pernoite, São Paulo lidera com 19% de participação e crescimento de +14%. O Rio de Janeiro vem na sequência com 9,7 e alta de +4%.
Os dados de canal confirmam essa contribuição no doméstico. A venda direta ainda domina com 79,3% de participação, porém recua -7,5% no período. O canal indireto, que agrega OTAs, agências de viagens de lazer e agências de viagens corporativas, por sua vez, avança. Juntos, esses subcanais chegam a 20,7% de share com variação ponderada próxima de +16,9. Dentro deles, o varejo de agências físicas é o destaque com crescimento em torno de +36,8, enquanto o corporativo sobe +5,7% e o online +5,4%.
Em termos simples, segundo a Amadeus, o que diminui na venda direta é parcialmente compensado pelo ganho de terreno das agências. E isso acontece exatamente quando as estadias médias ganham importância no País, o formato em que o pacote completo faz mais diferença para o visitante e para a economia local.
"A ponte entre oferta aérea e conversão também passa pelas agências. Ao longo do ano houve reforço de capacidade em rotas estratégicas e retomadas de operações, caso do Rio Grande do Sul. As agências foram o canal que traduziu essa disponibilidade em fluxo efetivo, realocando passageiros, reabrindo produtos e reposicionando destinos que voltaram ao mapa. Na prática, elas aumentam a elasticidade da demanda, porque acessam múltiplos inventários, reduzem o custo de busca do viajante e encurtam o caminho entre pesquisa e compra", informa o estudo divulgado pela Amadeus.