Pedro Menezes   |   25/11/2025 11:40

Agências de viagens impulsionam chegadas ao Brasil em 2025; inbound indireto chega a 44%

Estudo revela que quase metade dos turistas que chega ao Brasil passa pelas mãos das agências de viagens


Onde há demanda latente, as agências de viagens organizam, empacotam, financiam, dão segurança e levam os passageiros aos seus destinos

As agências de viagens são o elo que transforma a intenção em viagem realizada. Neste ano, por exemplo, o agenciamento é, uma vez mais, determinante para explicar a força do Brasil tanto no mercado internacional quanto no mercado doméstico de Turismo. Onde há demanda latente, as agências de viagens organizam, empacotam, financiam, dão segurança e levam os passageiros aos seus destinos.

Os números que acompanham um relatório exclusivo da Amadeus comprovam isso. No fluxo internacional para o Brasil, por exemplo, as chegadas cresceram em torno de 31% entre janeiro e setembro, com países vizinhos contribuído fortemente, tais como Argentina e Chile, e a Europa sustentando um avanço consistente, com destaque para Portugal, França e Espanha.

Esta alta encontrou na distribuição um canal indireto muito ativo. Somadas, OTAs, agências de viagens de lazer e agências de viagens corporativas respondem por quase metade (43,7%) de participação no inbound, com alta expressiva de 38,1% no período. No caso das OTAs, o crescimento foi de 75,8%. Do lado das agências corporativas, o avanço foi de 26,8%, enquanto as agências de viagens de lazer cresceram 9,6%.

Em outras palavras, quase metade dos turistas que chega ao país passa pelas mãos das agências de viagens, e esse pedaço do mercado cresceu mais rápido do que a média das chegadas, o que coloca o agenciamento como um grande impulsionador direto do resultado internacional.

Divulgação
Quase metade dos turistas que chega ao país passa pelas mãos das agências de viagens
Quase metade dos turistas que chega ao país passa pelas mãos das agências de viagens

Permanência e antecedência

E o comportamento de compra dos viajantes reforça esse papel. As reservas domésticas feitas com menos de 15 dias de antecedência ganharam terreno, com crescimento próximo de +39% e participação de 31% do total. Segundo o estudo, as agências brilham nesse curto prazo porque conseguem combinar disponibilidade aérea e hoteleira, política de pagamento e proteção de viagem, reduzindo fricção no exato momento em que o cliente precisa decidir rápido.

No caso da permanência no destino, o efeito é ainda mais positivo. As estadias médias de 5 a 13 noites cresceram +36% e já representam 32% das viagens internacionais, o que aumenta gasto em hospedagem, restaurantes, atrativos e serviços locais. Esse é o segmento típico dos pacotes de férias vendidos por agências, que agregam tours, transfers, experiências e ampliam o ticket médio.

As estadias curtas seguem majoritárias com 61% e avançam de forma moderada, enquanto as longas acima de 14 noites recuam levemente para 7%. O avanço do meio de distribuição que mais vende pacote e do segmento de estadias que mais distribui receita caminham juntos.

Agências ganham terreno em relação a venda direta

Divulgação/Embratur Sebrae
Dinâmica por mercados emissores também conversa com o trabalho das agências
Dinâmica por mercados emissores também conversa com o trabalho das agências

A dinâmica por mercados emissores também conversa com o trabalho das agências. No quarto trimestre, a previsão aponta continuidade do bom desempenho, com crescimento aproximado de +12% nas chegadas internacionais ao Brasil, sustentado por vizinhos como Argentina, Peru e Chile e por europeus como França e Espanha.

Da Argentina, o segmento de 5 a 13 noites é o maior e foi o que mais cresceu, exatamente o formato que as agências promovem com mais eficiência. Pernambuco, por exemplo, ganha espaço nas escolhas do viajante argentino, movimento típico de canal que abre novos produtos, comunica e captura demanda.

No doméstico, o papel das agências é igualmente relevante. As buscas acumuladas por voos dentro do Brasil mostram um interesse alto ao longo do ano, com picos no início e retomada a partir do fim de agosto. Quando observamos os destinos finais de desembarque com pernoite, São Paulo lidera com 19% de participação e crescimento de +14%. O Rio de Janeiro vem na sequência com 9,7 e alta de +4%.

Os dados de canal confirmam essa contribuição no doméstico. A venda direta ainda domina com 79,3% de participação, porém recua -7,5% no período. O canal indireto, que agrega OTAs, agências de viagens de lazer e agências de viagens corporativas, por sua vez, avança. Juntos, esses subcanais chegam a 20,7% de share com variação ponderada próxima de +16,9. Dentro deles, o varejo de agências físicas é o destaque com crescimento em torno de +36,8, enquanto o corporativo sobe +5,7% e o online +5,4%.

Em termos simples, segundo a Amadeus, o que diminui na venda direta é parcialmente compensado pelo ganho de terreno das agências. E isso acontece exatamente quando as estadias médias ganham importância no País, o formato em que o pacote completo faz mais diferença para o visitante e para a economia local.

"A ponte entre oferta aérea e conversão também passa pelas agências. Ao longo do ano houve reforço de capacidade em rotas estratégicas e retomadas de operações, caso do Rio Grande do Sul. As agências foram o canal que traduziu essa disponibilidade em fluxo efetivo, realocando passageiros, reabrindo produtos e reposicionando destinos que voltaram ao mapa. Na prática, elas aumentam a elasticidade da demanda, porque acessam múltiplos inventários, reduzem o custo de busca do viajante e encurtam o caminho entre pesquisa e compra", informa o estudo divulgado pela Amadeus.

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Sobre o autor

Natural do Rio de Janeiro, Pedro Menezes é bacharel em Comunicação Social/Jornalismo e atua há 12 anos na imprensa especializada em Turismo. Atualmente, é editor do maior portal brasileiro voltado a profissionais do setor, com base em São Paulo. O jornalista tem experiência em cobertura nacional e internacional de feiras, congressos e eventos, além de pautas de política e economia ligadas ao Turismo.