Victor Fernandes   |   25/03/2020 14:49
Atualizada em 25/03/2020 14:57

Iata agradece governos, mas pede intensificação dos esforços

Iata pede que outros países sigam exemplos e intensifiquem os esforços antes que ocorram mais danos.

Divulgação/ Iata
Alexandre de Juniac, CEO da Iata
Alexandre de Juniac, CEO da Iata
Após pedir apoio imediato aos governos da América Latina e Caribe, a Iata agradeceu o apoio financeiro dos governos, mas pede que mais países sigam o exemplo e intensifiquem os esforços antes que ocorram mais danos.

"As companhias aéreas estão lutando para sobreviver em todas as regiões do mundo. Restrições de viagens e queda na demanda significam que, com exceção do transporte de carga, quase não há transporte de passageiros. Para as companhias aéreas, isto é o apocalipse. E há uma saída pequena, que diminui cada vez mais, para os governos apoiarem financeiramente e impedir que uma crise de liquidez feche o setor", afirmou o diretor geral e CEO da associação, Alexandre de Juniac.

De acordo com a mais recente análise da Iata divulgada hoje (25), a receita anual de passageiros terá queda de US$ 252 bilhões se as restrições rigorosas de viagens permanecerem em vigor por três meses. Isso representa um declínio de 44% em relação a 2019. Esses números são maiores que o dobro da análise anterior, que previa queda de US$ 113 bilhões na receita antes da adoção de drásticas restrições de viagem por países ao redor do mundo.

Entre os governos citados como exemplos pela Iata, estão: Austrália, Brasil, Catar, China, Cingapura, Dinamarca, Hong Kong, Nova Zelândia, Noruega e Suécia. Além desse apoio, o Banco Central Europeu e o Congresso dos Estados Unidos devem adotar medidas importantes para ajudar o setor de aviação em suas respectivas jurisdições como parte de pacotes de medidas econômicas mais abrangentes.

"Isso mostra que muitas nações de todo o globo reconhecem o papel fundamental da aviação no mundo moderno. Mas outras ainda precisam agir para preservar o papel deste setor. As companhias aéreas são peças fundamentais para a economia e a geração de empregos. Isso pode ser visto mesmo quando as operações de passageiros diminuem, pois as companhias aéreas continuam entregando cargas que mantêm a economia girando e levando suprimentos de socorro para onde são necessários. A capacidade das companhias aéreas de atuarem como um catalisador da atividade econômica será vital para reparar os danos econômicos e sociais que a COVID-19 está causando agora", afirmou de Juniac.

Os três pedidos da associação aos governos seguem sendo os mesmos: suporte financeiro direto a transportadoras de passageiros e de carga para compensar as redução de receita atribuída às restrições de voos; empréstimos, garantias de empréstimos e apoio ao mercado de títulos corporativos pelo governo ou Bancos Centrais; e rebatimento ou adiamento dos impostos a serem pagos em 2020, assim como uma renúncia temporária aos impostos sobre passagens e outros impostos pelo governo.

"Não parecia possível, mas em questão de dias, a crise das companhias aéreas piorou consideravelmente. Estamos 100% alinhados aos governos na adoção de medidas para retardar a disseminação da COVID-19. Mas precisamos que eles entendam que, sem alívio urgente, muitas companhias aéreas não resistirão para ajudar no processo de recuperação. A falta de ação agora tornará a crise mais longa e dolorosa. Cerca de 2,7 milhões de empregos em companhias aéreas correm risco. E cada um desses empregos sustenta outros 24 empregos na cadeia de valor de viagens e turismo. Alguns governos já estão respondendo aos nossos apelos urgentes, mas não o suficiente para compensar os US$ 200 bilhões necessários", completou o CEO da Iata.

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