Movida

Beatrice Teizen   |   24/09/2020 12:23

Latam informa ao TST que pretende demitir 1,2 mil trabalhadores

Como medida de reequilíbrio de sua situação financeira, além da recente dispensa de 2.743 tripulantes

Divulgação
Latam informa ao TST que pretende demitir 1,2 mil trabalhadores, sendo 400 pilotos e 800 comissários
Latam informa ao TST que pretende demitir 1,2 mil trabalhadores, sendo 400 pilotos e 800 comissários
Em petição apresentada na última segunda-feira (21) ao Tribunal Superior do Trabalho, a Latam Airlines Brasil informou que, para o reequilíbrio de sua situação financeira, além da recente dispensa de 2.743 tripulantes, pretende demitir mais 1,2 mil colaboradores, sendo aproximadamente 400 pilotos e 800 comissários.

Para a especialista em Direito do Trabalho Janaina de Santana Ramon, do escritório Crivelli Advogados, as informações fornecidas até o momento pela empresa não têm sido suficientes para justificar o alto número de demissões.

“A companhia não informou seu faturamento nos últimos meses, folha de pagamento, custos e despesas, nem como ficará sua situação com o agora aprovado crédito junto à recuperação judicial americana. Portanto, faltam informações essenciais para entender como a dispensa sugerida desses 1,2 mil trabalhadores irá reequilibrar suas contas”, afirma.

Janaina diz que a Latam ainda não apresentou as atas das reuniões internas que atestem que os funcionários que concordaram com as propostas da empresa de redução salarial tenham representatividade suficiente para contrapor a decisão da assembleia do sindicato da categoria, que havia votado contra a proposta da companhia aérea.

A advogada ressaltou também que este pequeno núcleo de trabalhadores não é autorizado pela lei a negociar qualquer perda de direitos ou manutenção de empregos com a aérea e menos ainda para uma redução salarial permanente.

“Se é certo que a pandemia vai passar e a situação irá se normalizar, os salários de seus tripulantes podem passar pelo mesmo interregno, sem que a redução seja definitiva. A prova cabal dessa possibilidade é que foi possível essa negociação com a Gol e a Azul. Questiona-se: elas pagam salários menores? Ou se adaptaram? Não custa lembrar que cabe ao dono o risco do negócio, que não pode ser transferido aos trabalhadores”, destaca.

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